Ao longo das margens
dos rios asiáticos surgiram as primeiras aldeias. A escolha dessas regiões foi
devido a água abundante e das terras férteis. Os moradores das aldeias
dedicavam-se a atividades ligadas com a magia, a saúde, a filosofia e a
política. Não faltavam as divindades, os cultos e rituais. Frequentemente,
guerreavam e as vitórias eram comemoradas com grandes festas. E era nos cultos,
nos rituais e nas festas que a música estava presente. E foram as músicas dessa
época que serviram de base para que o desenvolvimento musical acontecesse.
Os sumérios (povo da
Mesopotâmia que viveu a 6.000 anos a.C.) eram de uma cultura riquíssima que floresceu
e influenciou os egípcios, os fenícios, os babilônios e os hebreus. Sua música
era importante nos rituais solenes ou familiares. Infelizmente, esse povo não
deixou registro escrito dessa riqueza cultural, mas documentos encontrados em
sítios arqueológicos revelam que suas músicas possuíam uma escala de sete sons.
A descoberta de vestígios de instrumentos musicais nesses sítios, revelam a
presença de harpas, flautas de cana e de prata, liras de 5 a 11 cordas, alaúdes
e harpas com coluna de apoio.
Os sumérios, por sua
vez, deixaram numerosos documentos que mostravam como a música eram importantes
para eles. Documentos em forma de pinturas, esculturas, baixo-relevo e em
textos literários. Os músicos tinham o maior prestígio nessa sociedade e eram
reverenciados como sábios.
Na Suméria, a música
era tão importante que os músicos dos povos conquistados eram poupados da morte
e de outros castigos e levados para as cidades para que ensinassem sua arte ao
povo. Foi ainda nessa cultura que a primeira orquestra foi formada. Uma
orquestra composta por 150 componentes entre instrumentistas e cantores,
segundo fontes documentais.
As pinturas e
afrescos dos egípcios indicam que a música teve origem tão remota quanto a dos povos
da Mesopotâmia. Durante dois milênios (do 6º ao 4º a.C.) a dança era a
principal manifestação musical entre os egípcios. Os instrumentos musicais vinham,
provavelmente, da Suméria e/ou dos povos sul-africanos.
Nas dinastias dos
anos 2635 a 2060, a música egípcia atinge seu apogeu. Pequenos conjuntos
musicais com seus cantores, flautistas e harpistas, bem como danças
coreografadas em homenagens aos faraós, foram representadas em pinturas e
inscrições nas paredes dos grande palácios e monumentos.
Nas dinastias Império
Médio, conjuntos musicais maiores e orquestras foram representados. Nessa
época, ficaram registrados também que harpas, alaúdes, liras, flautas,
flautas de palheta dupla (que deram origem aos oboés), trombetas, tambores e
crótalos faziam parte dos instrumentos musicais da época. Instrumentos que
foram aperfeiçoados na dinastias do Império Novo. A música passa a ser
essencial nos rituais e nos eventos militares.
Durante as escavações
dos monumentos, pirâmides e templos egípcios, vários desses instrumentos
musicais foram encontrados. Após uma série de estudos descobriu-se que esses
instrumentos não possuíam uma afinação fixa, o que impedia que as escalas
musicais fossem definidas. Também não foram encontrados registros escritos que
explicassem como eram realizados os sistemas de notações, nem sobre suas
teorias musicais. Tudo leva a crer que os músicos não eram pessoas que gozavam
de prestígio. Ao contrário, as pinturas mostram que os músicos se vestiam como
escravos e estavam sempre ajoelhados, como pessoas subalternas.
A decadência da
cultura musical egípcia ocorre na mesma época do declínio do Império Egípcio e
que as seguidas invasões gregas e romanas exerceram grande influência sobre ela.
Músicos gregos eram contratados para integrar a corte e levavam consigo seus
próprios instrumentos. Um órgão hidráulico (rudimentar) foi encontrado nas
escavações dos monumentos dessa época.
continua
Fonte:
CANDÉ, Roland. HISTÓRIA UNIVERSAL DA
MÚSICA. São Paulo: Martins Fontes. 2001.
WISNIK, José Miguel. O SOM E O SENTIDO.
São Paulo: Cia das Letras. 1999.
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