domingo, 10 de novembro de 2013

A MÚSICA E AS PRIMEIRAS CIVILIZAÇÕES (I)

Ao longo das margens dos rios asiáticos surgiram as primeiras aldeias. A escolha dessas regiões foi devido a água abundante e das terras férteis. Os moradores das aldeias dedicavam-se a atividades ligadas com a magia, a saúde, a filosofia e a política. Não faltavam as divindades, os cultos e rituais. Frequentemente, guerreavam e as vitórias eram comemoradas com grandes festas. E era nos cultos, nos rituais e nas festas que a música estava presente. E foram as músicas dessa época que serviram de base para que o desenvolvimento musical acontecesse.


Os sumérios (povo da Mesopotâmia que viveu a 6.000 anos a.C.) eram de uma cultura riquíssima que floresceu e influenciou os egípcios, os fenícios, os babilônios e os hebreus. Sua música era importante nos rituais solenes ou familiares. Infelizmente, esse povo não deixou registro escrito dessa riqueza cultural, mas documentos encontrados em sítios arqueológicos revelam que suas músicas possuíam uma escala de sete sons. A descoberta de vestígios de instrumentos musicais nesses sítios, revelam a presença de harpas, flautas de cana e de prata, liras de 5 a 11 cordas, alaúdes e harpas com coluna de apoio.

Os sumérios, por sua vez, deixaram numerosos documentos que mostravam como a música eram importantes para eles. Documentos em forma de pinturas, esculturas, baixo-relevo e em textos literários. Os músicos tinham o maior prestígio nessa sociedade e eram reverenciados como sábios.
Na Suméria, a música era tão importante que os músicos dos povos conquistados eram poupados da morte e de outros castigos e levados para as cidades para que ensinassem sua arte ao povo. Foi ainda nessa cultura que a primeira orquestra foi formada. Uma orquestra composta por 150 componentes entre instrumentistas e cantores, segundo fontes documentais.
As pinturas e afrescos dos egípcios indicam que a música teve origem tão remota quanto a dos povos da Mesopotâmia. Durante dois milênios (do 6º ao 4º a.C.) a dança era a principal manifestação musical entre os egípcios. Os instrumentos musicais vinham, provavelmente, da Suméria e/ou dos povos sul-africanos.
Nas dinastias dos anos 2635 a 2060, a música egípcia atinge seu apogeu. Pequenos conjuntos musicais com seus cantores, flautistas e harpistas, bem como danças coreografadas em homenagens aos faraós, foram representadas em pinturas e inscrições nas paredes dos grande palácios e monumentos.
Nas dinastias Império Médio, conjuntos musicais maiores e orquestras foram representados. Nessa época, ficaram registrados também que harpas, alaúdes, liras, flautas, flautas de palheta dupla (que deram origem aos oboés), trombetas, tambores e crótalos faziam parte dos instrumentos musicais da época. Instrumentos que foram aperfeiçoados na dinastias do Império Novo. A música passa a ser essencial nos rituais e nos eventos militares.

Durante as escavações dos monumentos, pirâmides e templos egípcios, vários desses instrumentos musicais foram encontrados. Após uma série de estudos descobriu-se que esses instrumentos não possuíam uma afinação fixa, o que impedia que as escalas musicais fossem definidas. Também não foram encontrados registros escritos que explicassem como eram realizados os sistemas de notações, nem sobre suas teorias musicais. Tudo leva a crer que os músicos não eram pessoas que gozavam de prestígio. Ao contrário, as pinturas mostram que os músicos se vestiam como escravos e estavam sempre ajoelhados, como pessoas subalternas.
A decadência da cultura musical egípcia ocorre na mesma época do declínio do Império Egípcio e que as seguidas invasões gregas e romanas exerceram grande influência sobre ela. Músicos gregos eram contratados para integrar a corte e levavam consigo seus próprios instrumentos. Um órgão hidráulico (rudimentar) foi encontrado nas escavações dos monumentos dessa época.

continua
Fonte:
CANDÉ, Roland. HISTÓRIA UNIVERSAL DA MÚSICA. São Paulo: Martins Fontes. 2001.
WISNIK, José Miguel. O SOM E O SENTIDO. São Paulo: Cia das Letras. 1999.

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