segunda-feira, 24 de junho de 2019

A ARTE CONTEMPORÂNEA DE LYGIA CLARK


Lygia Clark foi uma pessoa fascinante. Sua carreira começa aos 27 anos e passou por três fases totalmente distintas, mas sem deixar de lado o geometrismo de que tanto gostava.

A Pintora

Em 23 de outubro de 1920, em Belo Horizonte, Minas Gerais, nascia Lygia Pimentel Lins, numa família cujos pais eram advogados, sendo a terceira filha desse casal e com avós juristas. O avô paterno foi Ministro do Supremo Tribunal Federal. 

Em 1947, já casada e com filhos, muda-se para o Rio de Janeiro. Foi nessa época que, orientada por Burle Marx, inicia sua carreira de pintora. Em 1950, vai morar em Paris, estuda com Fernand Lóger, Arpadszens e Isaac Dobrinsky e expõe suas obras na Galeria do Institut Encoplastique daquela cidade. De volta ao Rio de Janeiro em 1954, integra o Grupo Frente, cujo  líder é Ivan Serpa.




De 1954 a 1957 desenvolve uma pintura construtivista em preto e branco com tinta industrial. Nesta fase, integra a moldura á tela, ora anulando-a, ora invadindo com sua pintura sobre ela. Foi a chamada “Linha Orgânica”.

 



sábado, 15 de junho de 2019

MEMÓRIA E CENSURA NAS ARTES VISUAIS


As formas de arte como: a cerâmica, desenho, pintura, escultura, gravura, design, artesanatos, fotografia, vídeo, produção cinematográfica e arquitetura são chamadas de ARTES VISUAIS. Para Foucoult (2004), as artes possuem saberes específicos e, na maioria das vezes, os artistas seguem as regras de sua formação nas suas obra ou no título delas.



Os artistas são os “sujeitos da ação”. Em suas obras, expressam o que veem, gostam e sentem. As obras são as catalizadoras das emoções do  sujeito, ou seja, expressam as alegrias / tristezas, angústias / tranquilidade, aversão / afinidades, ideologias / convicções, amor / ódio paz / guerra, etc. E esses sentimentos podem ser observados e identificados em suas obras por meio da forma, tamanho, cor, escolha ou detalhes do objeto.


Todas as pessoas querem fazer parte de algum lugar ou a um grupo não importando o seu tamanho. Esse é um sentimento essencial e normal entre os seres humanos, porque reafirma sentimento de pertencimento. E esse pertencimento estimula e se fixa na memória, em especial, na dos artistas. Razão pela qual existem as “escolas artísticas”, como o Art Déco, Barroco, Cubismo, Expressionismo dentre outras.


Porém, diante de situação de ruptura, do cerceamento da da liberdade ou de censura, os artistas tendem a refletir as condições desse momento. Ao ler um artigo, texto, livro ou ouvir uma música pode perceber facilmente os sentimentos de afastamento, oposição, diferenças ou uma relação que envolve diferentes discursos.


O artista precisa fazer uma escolha sobre o lado ao qual vai “pertencer”. Ao se decidir por um grupo minoritário, ideológico e resistente, neste caso, é o “posição-sujeito” que entra em ação. Essa escolha é favorável ao estabelecimento e desenvolvimento de uma memória marginalizada e que se firma para que o sentimento de pertencimento se instale.


Com relação às artes visuais não é diferente. O limite entre o que ver, dizer ou da forma como vão agir é uma forma de representar, partilhar e de resistir a esse estado crítico ou de exceção e reflete. E os sentimentos do fazer artístico poderão ser percebidos, sentidos e interpretados como vestígios, por meio de uma estranheza, de uma incoerência ou de uma falsa realidade.