sexta-feira, 27 de março de 2015

OS ÚLTIMOS ROMÂNTICOS DO CINEMA MUDO

JOHN GILBERT


John Cecil Pringlenascido em Logan, Los Angeles, em 10 de julho de 1897, atuou no cinema mudo com o nome artístico de “John Gilbert“, onde obteve muita popularidade.

Em 1919, ao estrelar o filme “HEART O’THE HILLS” contracenando com Mary Pickford, Gilbert mostrou-se talentoso, o que lhe garantiu um contrato com a Fox e, mais tarde, com a MGM.

Seus principais filmes foram: “A CARNE E O DIABO” (1927); “ANNA KARENINA” (1927) e “RAINHA CRISTINA” (1933) onde contracenou com a famosa Greta Garbo. Surge um boato de que Gilbert e Greta estavam tendo um romance. Esse boato fez com que aumentasse sua popularidade. E ao pedir aumento de salário, Gilbert foi demitido.
                                                     Gilbert e Greta Garbo

Vai trabalhar na Metro-Goldwyn-Mayer onde fez mais alguns filmes. Mas, após uma discussão com o chefe do estúdio, espalham-se rumores de que sua voz (ligeiramente aguda) era imprópria para o novo formato do cinema. Verdade ou campanha difamatória? Ninguém sabe ao certo. O que se sabe de verdade é que os produtores já não o chamavam para grandes papéis. 


Em 1934, fez seu último filme nos estúdios da Columbia Pictures, mas não teve o sucesso dos anteriores. Gilbert passou a beber, fato que prejudicou sua saúde. Em 9 de janeiro de 1936, aos 38 anos, sofreu um ataque cardíaco que lhe roubou a vida.


RAMÒN NAVARRO


Seu nome verdadeiro era Juan Ramòn Gil Samaniego. Nasceu em Vitória de Durango, Durango, México em 6 de fevereiro de 1899. Sua família era abastada, mas foge para Los Angeles na época da Revolução Mexicana de 1913.

Ramòn era um homem bonito e de corpo atlético. Casou-se com a atriz Alice Terry que reconheceu logo o seu talento e o incentivou a entrar para o cinema. Para promovê-lo, ela e o diretor Rex Ingram passaram a dizer que Ramòn era rival “latin lover” de Rodolfo Valentino. Foi Ingram quem sugeriu que o nome artístico fosse Ramòn Navarro. E deu certo, pois em 1916, Ramòn foi chamado para participar de um filme dirigido por Cecil B. DeMille. Mas, a fama e dinheiro demoram um pouco para acontecer. E para completar sua renda, Ramòn trabalhou como garçom e cantor em bares e cabarés da cidade.


Em 1922, participou do filme “O PRISIONEIRO DE ZENDA”, pela MGM. E como quem espera sempre alcança, seu primeiro grande sucesso chegou em 1923, quando participou do filme “SCARAMOUCHE”. Em 1925, tornou-se o protagonista da primeira versão do filme “BEN HUR”. A veste usada pelo ator, neste filme, enlouqueceu o público feminino porque mostrava bastante o seu corpo atlético. Enfim, o estrelato.

                                               Cena de Ben Hur (Navarro á direita)

Valentino morre no ano seguinte (1926) e Ramòn torna-se o ator mais cobiçado da mídia. Ganha muito dinheiro, mas gasta bastante. A chegada dos filmes sonoros não afetou sua carreira. Navarro investiu e se especializou em musicais. Em 1927, protagoniza o filme “THE PRINCE STUDENT” (O Príncipe Estudante) e em 1934, “THE CAT AND FIDDLE” (O Gato e o Violino).

Em 1935, termina seu contrato com a MGM e seu cachê caiu. Navarro passou a fazer filmes mais esporádicos e de menor qualidade. Tentou a Broadway também, mas não deu certo.

Sua carreira de ator conta com 55 filmes. Trabalhou ainda como roteirista, produtor e diretor de cinema. Ramòn era homossexual e vivia em conflito íntimo por conta da fé católica. E dizem que seu casamento era apenas de fachada.

                                                                 Navarro aos 60 anos

Na década de 1960, Navarro residia em Hollywood, Califórnia. No dia 30 de outubro de 1968, Navarro decidiu dar uma festa em sua casa. Entre os convidados estavam dois irmãos com os quais Navarro pretendia manter relações sexuais após a festa. E foi morto por eles com requintes de crueldade e ainda saquearam sua casa.

segunda-feira, 16 de março de 2015

CHARLES CHAPLIN



CHARLES CHAPLIN foi um dos galãs do cinema mudo. Nos dias atuais não há quem não tenha ouvido seu nome, visto uma foto ou assistido um de seus filmes.

                                                         Chaplin ainda garoto

Charles Spencer Chaplin era seu nome de batismo. Nasceu em Walworth (Londres) aos 16 de abril de 1889. O pai os abandonara pouco depois do seu nascimento e a mãe tinha problemas mentais. Chaplin conviveu pouco com ela, porque fora levado para um orfanato.

Numa de suas entrevistas, fora-lhe perguntado de onde vinha o amor pela sua arte. Chaplin conta que, quando pequeno contraiu uma séria doença que o impedia de brincar e sair de casa. Sua mãe, para distrai-lo, encenava o que se passava na rua. E foi aquela brincadeira o motivo de sua paixão pelas atuações artísticas.


Em 1906, aos 17 anos, Chaplin entra para a companhia teatro de Fred Karmo, onde participou de várias peças teatrais e comédias do tipo pastelão. Nessa companhia, além de atuar também dançava. Foi nessa época que Chaplin passa a admirar o trabalho do comediante francês Max Linder. Inspirado nele, Chaplin adquire sua identidade artística.
Chaplin aos 21 anos

Em 1910, aos 21 anos, assina contrato com a Keystone e entra para o cinema. A facilidade que possuía de se expressar por meio de mímicas e o gosto pelas comédias (adquirido no teatro) mostrava o seu talento. Sua carreira decola e torna-se conhecido no mundo inteiro.

Chaplin era incansável e sua carreira que durou 75 anos. Atuou, tornou-se astro do cinema, produziu filmes, fez roteiros e compôs músicas para alguns de seus longa-metragem e fundou a produtora de filmes United Artists, em 1919. Ganhou inúmeros prêmios, foi considerado gênio, reconhecido em vida e após sua morte, foi transformado em lenda.

Mas, se teve muito sucesso, sua vida particular foi muito especulada pela imprensa. Chaplin teve uma vida conturbada desde a infância. Por causa do sucesso ganhou a fama de conquistador. As relações amorosas com atrizes de 16 e 17 anos sempre traziam boas histórias para os jornais. Oficialmente, Chaplin casou-se quatro vezes, três divórcios e 12 filhos. Seu último casamento (aos 54 anos) foi com Oona O’Neil (17 anos) durou até sua morte, no dia 25 de dezembro de 1977, aos 88 anos.

                                                        Chaplin em "The Tramp"

Seus maiores sucessos no cinema foram: “The Tramp” (O Vagabundo, tradução brasileira), “O Garoto” (1921), “Em Busca do Ouro” (1925), O circo” (1928), “Luzes da Cidade” (1931), Tempos Modernos” (1936), “O Grande Ditador” (1940),Monsieur Verdoux” (1947) dentre outros. A partir de 1950, os filmes “Luzes da Ribalta” (1952) e “Um Rei em Nova York” já não tiveram o mesmo sucesso de antes. E em 1966, o filme “A Condessa de Hong Kong” foi um verdadeiro fracasso.

                                                 Chaplin em "O Grande Ditador"

Problemas de saúde aparecem em 1967. Em 1977, estava numa cadeira de rodas e com dificuldades de fala. Sua morte foi ocasionada por um derrame cerebral.

segunda-feira, 2 de março de 2015

RODOLFO VALENTINO


O segundo grande astro do cinema mudo foi Rodolfo Valentino, um italiano de Castellaneta, nascido no dia 6 de maio de 1895, com o nome de Rodolfo Alfonso Raffaello Pierre Guglielmi di Valentina D’Antonguolla.

Desde pequeno era muito agitado e temperamental (talvez fosse hiperativo, um problema não era  conhecido em sua época). Esse seu jeito de ser fez com que fosse considerado como uma criança de mal comportamento e acabou sendo expulso de várias escolas.

Ainda na infância, viveu com os pais em Paris até 1912. Após a morte do pai no ano anterior, e já com 18 anos, precisou ajudar a mãe nas custas da casa e por isso trabalhou como jardineiro e lavador de pratos. Na adolescência, gostava de dançar e trabalhou em bares noturnos como dançarino. Mas continuava inquieto e parava muito tempo num emprego, nem ficava num só lugar. Muda-se, então, para os Estados Unidos.

Em 1917, junta-se ao corpo de baile de uma companhia musical e viaja por todo o país e conhece muita gente. Numa das viagens conhece All Jolson e juntos produzem a peça “Robinson Crusoé” (em Utha) e, no mesmo ano, a peça “Nobody Home” (em São Francisco).

Em suas andanças conhece o ator americano Kerry Normando e juntos mudam-se para Los Angeles e passam a compartilhar o mesmo quarto do Hotel Alexandria, onde passa a trabalhar como dançarino do hotel para ganhar a vida e pagar as contas. Valentino é agora um homem bonito e atraente, esbelto, porte atlético, pele morena e olhar enigmático que atrai as mulheres de todas as idades (principalmente as mais maduras) e de quem ganha certos luxos.


É Normando quem o incentiva a tentar a carreira cinematográfica. Fez pontas em vários filmes atuando ora como gangster, ora como bandido. Em 1918, Valentino decide pelo cinema e procura papéis melhores. Consegue uma participação melhor no filme “Alimony”. No filme “Os Quatro Cavaleiros do Apocalípse”, de Vicente Blasco Ibáñez, (1921) sua figura e sua fotogenia encanta o público feminino que transforma o filme num sucesso de bilheteria e proclama Valentino como astro do cinema.

A partir de então sua carreira se consolida. Embora tenha protagonizado muitos filmes, Valentino não era um bom ator. Apesar disso, encontrou o sucesso, ganhou prestígio e muito dinheiro. Seu papel mais famoso e mais conhecido foi o de um sheik árabe chamado “Ahmed Ben Hassan, no filme “THE SHEIK”, produzido pela Metro e dirigido por Ivano e Rambova (sua segunda ex-esposa), garantindo-lhe o título de “Latin Lover. 


Esse papel, mesmo sendo um estereótipo do homem árabe, consolidou Valentino como astro, como ator e como imagem e como contribuição par a história do cinema.


Mas continuava inquieto, inconstante, indeciso e infeliz por conta de uma vida bastante conturbada. Dois casamentos rápidos e frustrantes, dizem ter tido relacionamentos homossexuais também. Sua saúde ficou abalada por conta de uma úlcera que o levou a óbito muito novo, aos 31 anos de idade e no auge da fama.