quinta-feira, 10 de agosto de 2017

O CROCHÊ


Há pessoas que afirmam não gostar de crochê. No entanto, outras adoram e eu sou uma delas. Seja como for, o crochê é algo bonito de se ver e ter. Sua utilidade é grande e variada.

Segundo alguns pesquisadores, o termo “crochê” tem origem no dialeto nórdico, que significa “gancho” e se refere ao formato da agulha que puxa os pontos ou laçadas que confeccionam as peças. Segundo outros, o termo tem origem numa palavra francesa, o “croc”, cujo significado  é o mesmo.

Sua origem também é bastante controversa. Para alguns historiadores, o crochê foi criado na pré-história. Para outros ela surgiu e se desenvolveu a partir do século XVI e na Europa. O escritor Lis Paludan tentou descobrir em que país ou região da Europa isso se deu, mas não obteve sucesso. Porém, sua pesquisa (fundamentada em teorias) nos leva a crer que, provavelmente, seja originária da Arábia e depois levada para a Espanha pelas rotas de comércio entre o Ocidente com o Oriente.

Antropologistas descobriram que essa técnica de tecer era muito usada na China para a fabricação de bonecas. Outros afirmam que, peças de crochê eram usadas nos rituais da puberdade por alguns dos povos primitivos da América do Sul.

Outra teoria sugere que o crochê teve sua origem na técnica de costura chinesa. Técnica que se difundiu pelo Oriente Médio e chegou a Europa por volta de 1700. Mas a verdade é que ninguém sabe, ao certo, quando e onde o crochê começou.



A única certeza, durante a Renascença a técnica do crochê foi aprimorada, adquirindo melhor qualidade das peças. Com a Revolução Francesa, a exportação da técnica para toda a Europa, principalmente para a Irlanda, Inglaterra e Países Nórdicos. As famílias desses países, mesmo as mais nobres, passaram a usar essa técnica e foram aprimorando-a aos poucos, conseguindo dessa forma uma técnica bem mais avançada e de alta qualidade.

Os historiadores contam que, na década de 1840, o mundo sofria uma grande crise devido a Industrialização. Muito trabalhos deixaram de existir. Muitas pessoas abandonaram as lavouras e, aos poucos, o trabalho artesanal foi sendo extinto porque todos queriam trabalhar nas indústrias. Mas não havia trabalho para todos. E daí, veio a fome. E uma grave crise de fome se instalou na Europa.

Percebendo o sofrimento das pessoas, em 1846, a madre superiora de um convento teve a ideia de ensinar para as mulheres mais pobres da Irlanda a técnica do crochê. A ideia era a de ensinar para que pudessem trabalhar em suas próprias casas e, dessa forma, continuariam tomando conta dos trabalhos caseiros e ganhar o sustento da família. Essa ideia foi levada aos chefes de sua congregação e foi prontamente aceita.



E logo vieram as primeiras notícias positivas. Em pouco tempo, as mulheres de Dublim e Belfast estavam produzindo tanto, que seus trabalhos eram exportados para o mundo todo e, principalmente, para a Inglaterra.

As rendas irlandesas serviam para decorar vestidos e lingeries damulheres mais abastadas da nobreza, bem como peças para a decoração das residências como colchas, almofadas, tapetes, caminhos e centros de mesas, porta-guardanapos, tampos para vidros, etc. A produção artesanal chegou a assemelhar-se a produção de uma indústria. E pouco a pouco, o crochê foi ganhando espaço à partir de 1800.


Sabe-se que a artesã francesa, o Éléonore Riego de La Branchardiére, ensinou o crochê para as mulheres da corte da Rainha Vitória. E logo após, ela fez desenhos dos pontos de algumas peças que tinha criado e publicou-os na revista “The Needle”. Foi ela também que criou o famoso “Ponto Aujourd”, hoje conhecido como “Ponto Irlandês”.

Sabe-se também que, esses desenhos ajudaram muita gente a aprender a fazer os pontos e copiar os seus modelos. Esses desenhos dos pontos se propagaram ao longo do tempo e chegaram aos dias de hoje.   Enquanto isso, estilistas como Gaultier, Alexander McQueen, Lagergeld, Chanel, Emanuel Ungaro, Antonio Marras, Kenzo e muitos outros, fizeram uso do crochê em suas mais importantes criações.

Continua

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