sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

A CONQUISTA DA FOTOGRAFIA (I)


A conquista da fotografia foi uma longa jornada. Uma jornada milenar, de contribuições de cientistas de todas as épocas e partes do mundo e de inúmeras experiências frustradas. Por isso, é difícil precisar com exatidão uma data ou um período em que ela foi criada. No entanto, podem ser encontrados alguns registros desde o final do século XIX.

Algumas contribuições foram fundamentais para que a fotografia chegasse ao estágio que tem hoje em dia. Essas contribuições tornaram-se princípios básicos para o avanço fotográfico e revolucionaram o mundo na época em que foram criados. Alguns deles se transformaram em algo tão avançado para sua época que precisaram de um tempo de espera para que fossem utilizados.

Para que surgisse a fotografia foi necessário que se reunisse esses princípios de forma adequada e coerente. São eles: o princípio da câmara escura de orifício, o princípio da foto-sensibilidade e o princípio da ótica. Não se pode esquecer e levar em conta o conjunto de fatores históricos e culturais que influenciaram as contribuições de forma decisiva para que a fotografia acontecesse. O mundo a desejava ansiosamente, mas a fotografia surgiu no tempo e no momento certos, nem antes e nem depois que seu processo evolutivo estivesse concluído, maturado e de forma natural.

PRINCÍPIO DA CÂMARA ESCURA DE ORIFÍCIO



A invenção da câmara escura de orifício data dos tempos mais remotos e seu inventor é desconhecido. Tratava-se de uma caixa grande ou de um quarto (origem do termo câmara, pois o local de dormir tinha esse nome na antiguidade) onde um dos lados ou parede tinha um pequeno orifício permitindo a passagem de um fino raio luminoso. Esse pequeno filete projetava na parede contrária a imagem do que estava do lado de fora.

Historiadores dizem que essa câmara já era conhecida na Grécia Antiga e que Aristóles (384 -322 a/C), manuseando uma câmera dessas, observou e descreveu imagens quando a luz passava pelo pequeno orifício da câmara.

Muito tempo depois, em 1038 d/C, um sábio árabe da corte de Constantinopla, de nome Ibn Al Haltam, observou, descreveu e registrou um eclipse solar por meio de uma câmera dessas. Estes registros escritos comprovam a utilidade prática da câmara escura de orifício.

Séculos mais tarde, na Itália, Leonardo da Vinci (1452 -1519), foi o primeiro a fazer uma descrição precisa do fenômeno em forma de desenho. A divulgação da descrição e do desenho da câmara escura fez com que cientistas de todo o mundo a estudassem e pesquisassem sobre ela com maior interesse. Os estudos propiciaram modificações, avanços e refinamentos que permitiram sua evolução. Um desses refinamentos foi a substituição do orifício por uma lente convergente permitindo que as imagens fossem mais nítidas e brilhantes.

As pesquisas se intensificavam a cada novo avanço. No século XVIII, os nobres e as pessoas passaram a dar grande importância aos princípios científicos. Reuniões e debates entre os grandes pensadores da época aconteciam com certa frequência.


As câmaras escuras ganharam novos formatos e tamanhos cada vez menores desde meados do século XVIII e serviam para a ampliação desenhos e retratos artísticos ou para obter uma transparência melhor nas pinturas.

Os telescópios, as lunetas, os microscópios, as câmaras escuras, as gravuras e pinturas mostravam a necessidade e a ânsia dos homens da época em conhecer e representar do mundo tal qual como ele era na realidade. Foi uma época em que, pelo empirismo e pela ciência, surge um novo aspecto da cultura mundial: a cultura visual (tão importante nos dias atuais). No entanto, naquela época, ninguém havia encontrado uma maneira de gravar as imagens obtidas pelas tais câmaras escuras. Os desenhos e as pinturas eram as únicas formas de registros nos séculos XVII e XVIII. E foram elas que levaram artistas e cientistas há novas pesquisas, estudos e experimentações.



Em 1802, século XIX, o inglês Thomas Wedgewood afirmou que utilizava nitrato de prata para copiar gravuras e definia o resultado como “belo e prático”. Mas afirmava também que encontrava dificuldades em fixar as imagens que conseguia. Embora utilizasse a foto-sensibilidade da prata não encontrava um fixador adequado. A declaração de Wedgewood fez com que os pesquisadores investissem nessa direção.






As grandes distâncias e a lentidão das comunicações (cartas e mensagens levavam meses para chegar ao destino) faziam com que os pesquisadores não trocassem informações e trabalhassem sem saber se outros pesquisavam a mesma coisa ou não. Exemplo disso, é que muitos ignoravam que o químico Karl Wilhelm Scheele já havia descoberto, em 1777, o amoníaco como um excelente fixador dessas imagens. Se soubessem, a fotografia teria florescido muito antes do que foi.

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