quarta-feira, 18 de abril de 2012

A PERSONA



O termo “PERSONA” designava, na antiguidade, as máscaras usadas pelos atores para compor o personagem na peça. Dela se originaram também as palavras “pessoa” e “personalidade”.

Nossa personalidade, isto é, a forma como nos mostramos aos outros pela nossa maneira de pensar, de sentir e de agir é, na realidade. uma mistura de influências do inconsciente coletivo, do inconsciente pessoal e da consciência. Somos, portanto, o resultado de fatores humanos fundamentais e desconhecidos, de sensações, emoções, pensamentos, lembranças e situações selecionados pelo ego e represados e de fatos característicos do consciente. Dentro disso tudo, há um segmento da psique que bastante variável, mas que se apresenta como sendo nossa individualidade. Esse segmento é a persona.

A persona é, como o nome sugere, as diferentes máscaras que utilizamos para nos mostrar aos outros. Faz um esforço para se mostrar como nossa individualidade, mas no fundo, é um traço psíquico coletivo pois todos a possuem. E por que todos a possuem, em algumas situações agimos de maneira mais ou menos padronizada.

A criança pensa e age como criança. Os filhos se comportam de forma semelhante com relação a seus pais. Estes, agem mais ou menos de forma semelhantes com relação a seus descendentes. A esta forma de agir chamamos de “papéis sociais”. E é através do desempenho desses papéis que a psique coletiva atua de um modo bastante peculiar.

Enquanto a psique coletiva atua por meio da persona, o nosso verdadeiro eu inconsciente ou a nossa verdadeira individualidade, também está presente, porém, de forma discreta e indireta, porque ela não pode ser reprimida totalmente.

Nosso EU CONSCIENTE se identifica com a persona e se funde a ela. A persona então, se mostra como nossa individualidade. Desta forma, camufla e compensa as manifestações inconscientes, liberando as fantasias pessoais e de caráter cósmico que estavam reprimidas. É devido a esse caráter cósmico que se diz que “os homens são assemelhantes a Deus”.

A persona é, portanto, o caráter que assumimos coletivamente e nos relacionamos com os outros. por isso, ela não é boa, nem má. São como as vestes escolhidas para as diferentes ocasiões: na família, somos filhos e, posteriormente, pais e agimos, pensamos e sentimos dessa forma. Como homens ou mulheres nossos comportamentos são ditados pela sociedade. E assim por diante. Quando escolhemos uma profissão, decidimos por uma nova persona, desta vez, a profissional. E assim por diante. Estes são os nossos papéis sociais. Por isso, Jung a chamou  de "arquétipo da conformidade".
A persona, quando positiva protege o ego e a psique das forças e atitudes sociais que nos invadem o tempo todo e serve como meio de comunicação. Quando exacerbada, cria conflitos porque encobre nossa individualidade.

Fonte:

JUNG, Carl Gustav. "O iNCONSCIENTE COLETIVO", Petrópolis, RJ. Ed Vozes.

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