quarta-feira, 21 de agosto de 2019

LOUCO OU ARTISTA?


Você sabe quem é esta pessoa?
Dica: é uma figura estranha e enigmática tanto para as artes em geral, quanto para a Arte-Terapia. Você sabe quem ele é?


 Este é Arthur Bispo do Rosário, mais conhecido como “Bispo do Rosário”.


Esta é Japaratuba (Sergipe), a Cidade onde Bispo do Rosário 
nasceu e viveu até sua juventude.


Arthur era natural de Japaratuba, uma pequena e pacata cidade litorânea do estado brasileiro de Sergipe. Era filho do sr. Adriano Bispo do Rosário e da sra Blandina Francisca de Jesus.

A data do nascimento de Arthur é controversa. As informações são dos registros das empresas onde ele trabalhou. No entanto, nuns registros consta a data de 14 de maio de 1909 e, em outras, a data de 16 de março de 1911. Inclusive, pode não ser nenhuma dessas e ser outra. 
  
Marinha Brasileira de 1925
Em 1925, supondo que para fazer o serviço militar, Arthur Bispo do Rosário entra para a Marinha. Em serviço, Bispo teve a oportunidade de conhecer muitos lugares do mundo. Gostava de esporte e se tornou boxeador pela Instituição. Mas, era um militar indisciplinado e, segundo seus chefes, foi dispensado por isso.

Fora da Marinha, Bispo trabalhou em diversos lugares. Entre eles, trabalhou a Companhia de Energia Elétrica (a famosa “Light”). Os demais serviços eram realizados aqui e ali e sem carteira assinada. Ou seja, fazia muitos “biscates” e ganhava pouco. Um belo dia, Bispo decidiu sair de sua terra natal e rumou para o Rio de Janeiro. 

Quando chegou ao Rio? Ninguém sabe ao certo. A notícia que se tem segue a seguinte cronologia:

De 1933 a 1937, trabalha no Departamento de Tração de Bondes. De 1937 a 1938, trabalha como empregado doméstico da família Leoni, em Botafogo (RJ).

Em 21 de dezembro de 1938, Bispo desperta de um sonho ou de uma alucinação. Acorda seu patrão (o sr Leoni) afirmando desesperadamente que Deus lhe havia dado uma ordem e ele precisava ir imediatamente para a Igreja da Candelária.



O sr Leoni nem teve tempo de indicar o caminho, pois Bispo saiu correndo. Sem conhecer a região e saber como chegar à Candelária, Bispo passou e entrou em várias Igrejas. E andando sem rumo, acabou chegando ao Mosteiro de São Bento onde foi acolhido pelos monges. Bispo afirmava aos monges “ser um enviado de Deus e encarregado de julgar vivos e mortos”. E era insistente nessa afirmação.

Mosteiro de São Bento

Desconfiados de insanidade mental, os monges decidiram encaminhá-lo para a polícia. Lá, afirmando e reafirmando sua missão divina aos policiais, é feito sua ficha onde consta que é “louco e indigente”. Em seguida, é transferido para o HOSPÍTAL PEDRO II (o Hospital da Praia Vermelha, como era conhecido pela população local) e onde ficou internado por um mês.

Colônia Juliano Moreira em 1939 - hoje, em ruínas 

Após alguns exames físicos, psicológicos e psiquiátricos, Arthur foi diagnosticado como sendo “esquizofrênico-paranóico” e transferido para a COLÔNIA JULIANO MOREIRA, no subúrbio de Jacarepaguá (RJ), onde recebeu um registro como sendo o “paciente 01662”. 



Nesse hospício. Bispo do Rosário permaneceu por mais de 50 anos.

Continua na próxima postagem

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