terça-feira, 29 de abril de 2014

CHARLESTON: uma loucura deliciosa

Nos primeiros meses do ano de 1900 (século XX), tudo permanecia igual. Operetas e teatros de variedades atingiam o auge. O público que assistia a esses espetáculos queriam somente diversão.


Porém, longe das terras europeias e mais longe ainda dos palcos, a música dos escravos americanos começava a chamar a atenção dos brancos. Influenciados pelos blues e regtimes surge o “jass”, como um novo ritmo e  com belas letras. Estilo que contagiou a cidade de Nova Orleans (Louisiana). Muitas bandas “jass” se formaram. Mas, só conseguiam se apresentar na zona do meretrício.

Os anos se passaram e, em 28 de julho de 1914, foi declarada a Primeira Guerra Mundial. Em 1917, em Nova Orleans, as casas de prostituição foram impedidas de funcionar e as bandas ficaram sem trabalho. A mais importante delas, a Original Dixieland Jazz Band, foi para Nova York e de lá contagiou o país inteiro com o novo ritmo.

Durante a Guerra, os soldados americanos que iam para a Europa compor as tropas levavam discos de jass e tocados em gramofones (uma espécie de corneta com uma agulha que pousava sobre um disco plano, invenção de Emil Berliner e conhecido e utilizado desde 1887). E por esta razão, em pouco tempo, o jass virou uma febre por todo o continente europeu.

Na América e durante a Guerra, as mulheres passaram a trabalhar e a conviver mais perto dos homens nas fábricas de armamentos e na tecelagem e confecção de uniformes para os soldados. O trabalho era duro, mas foi uma grande conquista feminina: a emancipação da mulher.

Do cuidado da casa e da família.....


 


 .... a operárias:




Após o término da Guerra, em 11 de novembro de 1918, as mulheres não mais aceitavam voltar à sua antiga condição. E passaram a ser mais ousadas tanto no comportamento quanto na maneira de se vestir.






As mulheres passaram a usar vestidos mais curtos e com menos tecido em sua confecção, a usar maquiagem (olhos marcados, boca pintada de vermelho e em forma de coração, sobrancelhas tiradas e delineadas a lápis), enfeitava-se mais (brincos e colares longos) realçando mais a pele branca, a beleza e sua feminilidade. Passaram a fumar, a dirigir automóvel e a praticar esportes aprendidos no tempo de guerra.

Em meio a tudo isto, surge na década de 20, uma nova dança surge no cenário da época. Uma dança que, em homenagem à cidade de Charleston (Carolina do Sul), foi chamada.

A princípio, somente era dançada pela população afro-americana. Era uma dança expressiva, agitada, vigorosa e individual, onde os dançarinos movimentavam os braços, as pernas e os pés para os lados e tinha o próprio “jass” como acompanhamento musical. Dizem que foi inspirada no foxtrote, mas outros afirmam haver raízes africanas primitivas no Charleston.

A partir de 1923, o pianista James Johnson colaborou para que o Charleston ficasse conhecido pela população branca e de todas as classes sociais do país todo. 


Mas, o que mais popularizou o Charleston foi o jeito descompromissado de dançar. Um jeito que deixava de lado as antigas regras sociais e o padrão da chamada “boa educação” de antes da guerra. Dançar o Charleston era a certeza de boa diversão e de sentir-se feliz.

A princípio, o Charleston era dançado em cabarés e clubes noturnos. Depois, ganhou todos os espaços. O Charleston fez sucesso até que se tornou global. Recebeu influências de todas as partes do mundo, se descaracterizou e perdeu a beleza inicial. Então, desapareceu do cenário.

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