domingo, 8 de dezembro de 2013

A MÚSICA NA IDADE MÉDIA (II)

Retomando o tema "MÚSICA", devemos lembrar que, no decorrer dos séculos XII e XIII, os trovadores, poetas e músicos produziram grande quantidade de canções. Podiam ser tocadas por dois ou mais instrumentos e serviam para animar as festas e feiras, onde as danças também estavam presentes.

Os instrumentos musicais eram bastante variados: a viela (primórdio do violino), o alaúde, a flauta doce (de tamanhos variados), a gaita de fole, o trompete medieval (reto) e os triângulos, sinos e tambores (como instrumentos de percussão) eram os mais encontrados.

Os principais compositores dessa época foram: Perotin (séc. XII), Leonin (séc. XII), Guido d’Arezzo (995 – 1050), Philippe de Vitry (1290 – 1361), Guillaume de Machaut (1300 – 1377), John Dunstable (1385 – 1453). 

Precisamos lembrar também que, embora muitas dessas músicas tinham letras, os cantores não seguiam o ritmo tocado. Já no canto gregoriano, todos cantavam a mesma melodia (como se fossem um só) e não havia instrumentos musicais. Portanto, um gênero homofônico.

 Assista ao vídeo e conheça a música trovadoresca da Idade Média


Mas, a Igreja começou a ficar incomodada pois o povo repetia os cantos gregorianos em todos os lugares. O incômodo foi tão grande que a Igreja decidiu botar um ponto final e fazer uma separação: os cantos litúrgicos deveriam ser cantados apenas nas Igrejas e pelos padres e monges. O povo poderia cantar o que quisesse e onde quisesse, mas não podiam cantar músicas litúrgicas.


CANÇÕES PARA O POVO

Por causa da proibições da Igreja surge, no século XIII, um gênero musical polifônico, ou seja, aquele em que há um texto distinto para cada voz, ou seja, enquanto um canta uma coisa, o parceiro canta outra. Na idade Média, esse gênero musical ficou conhecido como MOTETO (também conhecido como: “motete”) ou “mot ” – como era usado na França e significava “palavra”.

Assista ao vídeo para conhecer um moteto medieval


Para a Igreja, todos os cânticos e músicas populares eram consideradas “profanas”. Na França, na Espanha e na Inglaterra, os motetos eram cantados na própria língua desses países e não em latim, como acontecia nos cânticos litúrgicos.

Inúmeros “motetos” foram compostos. E a medida que o tempo passava, iam ficando cada vez mais sofisticados. Como música profana, o moteto teve seu ponto alto no século XVI. Dele surgiu a música barroca e, mais tarde, serviu de inspiração e uso para inúmeros compositores românticos.


CANÇÕES PARA A IGREJA

Com a separação entre cantos profanos e litúrgicos, a Igreja resolveu aceitar outros cânticos litúrgicos que não eram gregorianos.

No início, o sistema musical do canto gregoriano era semelhante ao sistema estabelecido pelos gregos, ou seja, as frases continham 8 sílabas. Ao longo do tempo, este sistema foi sofrendo modificações devido ás necessidades da letra ou para dar mais sonoridade. Assim, uns ficavam com 8 sílabas e outros com número de sílabas mais numerosas.

Os cantos não gregorianos possuíam um sistema cujas frases pareciam fluir com mais facilidade. Era um sistema decânone, ou seja, continha 10 sílabas. O Canto Visigótico ou Canto Moçárabe que era praticado na Espanha antes da invasão dos árabes e que foi conservado até 1071, é exemplo disso. Recuperado pelo Cardeal Cisneros, no final do século XI, era praticado em pouquíssimas igrejas de Toledo e, mais tarde, foi proibido pelo Papa Gregório VII. No entanto, foi recuperado entre os anos de 1500 e 1502.

Conheça a música sacra gótica assistindo ao vídeo.



Por isso, a Igreja resolveu organizar e regulamentar os cânticos religiosos. Para colocar em prática esta nova organização levou tempo. Mas, o processo foi gradual e intelectual.

Nessa reformulação, a Igreja manteve a homofonia e o ritmo baseados no número de sílabas e a ausência de instrumentos musicais, como nos cantos gregorianos de 1250, iniciado por Jerônimo de Moravia. Mas, introduzia as notas musicais fazendo com que cada nota correspondesse a uma ou mais sílabas.

Este sistema foi sofrendo pequenas modificações durante alguns séculos, até que surgisse o “Motu Próprio” do Papa Pio X, que reviu e” acumuladas reconsiderou as alterações do canto gregoriano e o livrou das “impurezas.

Fontes:

GROUT, D. J.; PALISCA, C. V. História da Música Ocidental. Lisboa: Gradiva, 1994..

vídeos Youtube

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