No Oriente Europeu vivia o povo bizantino. Este
povo dominou a moda no final da Antiguidade e sua influência chegou até o
Ocidente do continente. O uso de calças (espécie de meia-calça) justas e
coladas ao corpo se deve a este povo. Todos os homens e mulheres se vestiam de maneira semelhante.
Podia variar na cor e nos ornamentos.
Como o passar do tempo, os homens passaram a usar
por cima das tais calças uma espécie de calção curto e bufante. Cobriam o
tronco com uma túnica enfeitada com fios de ouro. As mulheres vestiam túnicas
longas (pareciam vestidos) e de corte simples. A diferença entre as túnicas
femininas mais ricas eram os tecidos e os ornamentos com pérolas, pedras preciosas
variadas e fios de ouro. As túnicas das classes mais pobres ermam mais simples
e não tinham ornamento algum. Até então, bastava um pequeno detalhe para
diferenciar as classes sociais, como por exemplo, o uso de um tecido longo e
fino enrolado ao pescoço distinguia homens e mulheres da realeza da nobreza e
do restante da população. No final da Idade Média, todos se vestiam
basicamente iguais. E ninguém se preocupava com isso. Porém, tudo mudou quando
chegou o Renascimento.
NO RENASCIMENTO (século XIV d.C)
O renascimento foi um período importantíssimo na
História do Vestuário. Foi nesse período que surgiu o “conceito de moda”. A
nobreza de Borgonha (França) e os ricaços que viviam na corte desses nobres não
queriam mais se vestir como todo mundo. Queriam cortes pregas, ornamentos
diferentes para que pudessem se destacar numa festa ou outro evento qualquer
que fossem chamados a comparecer.Por isso, os nobres e os mais abastados passaram
a se sentirem incomodados ao ver seu “modelito” sendo copiado por pessoas de
classe social mais baixa. Mas, se irritavam ainda mais, se fossem copiados
pelos burgueses (desprestigiados socialmente).
Para evitar que os novos ricos copiassem seus
modelos, estabeleceram a ideia de “moda”. Vejamos como isto funcionava:
Convidado à uma festa, um nobre mandava fazer uma roupa inovadora. Os artesãos
faziam-na com capricho e procuravam fazer modelos mais criativos e
diferenciados. Na festa, o nobre “brilhava” e o comentário de admiração era
geral. Mas, se alguém a copiasse no todo ou em parte, esta roupa deixava de ser
“moda”.
Naquele tempo, a moda era efêmera. Durava apenas
uma ou duas aparições em festividades. E deixava de ser usada, caso o nobre
visse ou ouvisse dizer, que alguém tinha usado uma roupa igual ou parecida com
a sua.
Surge então os conceitos de “criação” e de
“cópias”. Entendiam por “criação” a novidade ou exclusividade do modelo, criado
ou realizado pelo artesão. Já tudo o que
se assemelhasse, parecesse ou lembrasse o tal modelo inovador, era considerado
“cópia” e, portanto, sem valor criativo.Surgem as vestes mais requintadas e com
muitos e belos ornamentos.
O trabalho de artesão da costura cresceu enormemente.
Ganhou fama e prestígio. Os artesãos criavam modelos cada vez mais complicados
e mais ousados no corte e na confecção. Muitos, precisavam contratar aprendizes
do ofício para poderem dar conta das encomendas feitas pela nobreza que
pretendiam se diferenciar das classes inferiores. Era tanto o prestígio destes
artesãos que a nobreza e os cidadãos mais abastados passaram a criar roupas
adequadas para cada estação do ano. Os artesãos gostavam deste prestígio do
trabalho (por que tinham trabalho o ano todo) e da valorização pessoal (quanto
mais conhecido, maior a quantidade de trabalho que tinha). E assim adquiriam mais
e mais habilidades no cortar, no modelar, no ajustar ao corpo de cada cliente e
de ornamentar iam conseguindo.
Outro fato importante da época, é que os artesãos
sem tanto prestígio na esfera mais alta da sociedade, também passaram a
melhorar suas habilidades confeccionando roupas mais simples para a população e
vendendo a produção para comerciantes que, primeiro vendiam nas feiras. Mais tarde, passaram a abrir lojas especializadas em roupas
femininas ou masculinas. Assim, artesãos e comerciantes conseguiam viver do seu
trabalho.
E quanto mais costuravam, mais tecidos eram
necessários. Pouco a pouco, as pequenas tecelagens caseiras foram se
desenvolvendo. Um desenvolvimento que trouxe não só o lucro, mas também melhora
na qualidade dos tecidos devido a experimentação de novos materiais
transformados em fios. E os pequenos teares manuais se transformaram em grandes
teares que produziam grandes quantidades de brocados, veludos, cetins e sedas,
além dos já conhecidos. A consequência natural desse desenvolvimento fez com
que surgissem pequenas indústrias têxteis.
sapatos masculinos no início da idade Média e ao final dela
sapato feminino no início da Idade Média
Outro tipo de artesãos que prosperaram foram os
fabricantes de sapatos, pois a “moda” também chegou a eles. Primeiro,
diferenciando-se os sapatos femininos dos masculinos. Depois ganhando
ornamentos de acordo com as vestimentas, depois a presença de saltos para
homens e para mulheres. E, tempos depois surgem as pequenas indústrias de
calçados.
sapatos femininos da nobreza ao final da Idade Média
Os panos enrolados na cabeça ou usados como véu dão
lugar aos primeiros chapéus confeccionados a mão e em grande variedade. Baixos
e mais discretos para os homens, mais sofisticados e mais altos e enfeitados
com flores, penas e plumas para as mulheres.
chapéus masculinos na idade Média
chapéus femininos na Idade Média
Em meio a todo esse desenvolvimento, houve a queda
do Império Bizantino. Já não tendo como influenciar nas tendências do
vestuário, o domínio da moda desperta e passa para o Ocidente Europeu, Tendo a
França o centro deste domínio e ditando a moda usada pelos seus nobres para o mundo todo.
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