sexta-feira, 2 de setembro de 2016

O VESTUÁRIO NO RENASCIMENTO

No Oriente Europeu vivia o povo bizantino. Este povo dominou a moda no final da Antiguidade e sua influência chegou até o Ocidente do continente. O uso de calças (espécie de meia-calça) justas e coladas ao corpo se deve a este povo. Todos os homens e mulheres se vestiam de maneira semelhante. Podia variar na cor e nos ornamentos.
 

Como o passar do tempo, os homens passaram a usar por cima das tais calças uma espécie de calção curto e bufante. Cobriam o tronco com uma túnica enfeitada com fios de ouro. As mulheres vestiam túnicas longas (pareciam vestidos) e de corte simples. A diferença entre as túnicas femininas mais ricas eram os tecidos e os ornamentos com pérolas, pedras preciosas variadas e fios de ouro. As túnicas das classes mais pobres ermam mais simples e não tinham ornamento algum. Até então, bastava um pequeno detalhe para diferenciar as classes sociais, como por exemplo, o uso de um tecido longo e fino enrolado ao pescoço distinguia homens e mulheres da realeza da nobreza e do restante da população. No final da Idade Média, todos se vestiam basicamente iguais. E ninguém se preocupava com isso. Porém, tudo mudou quando chegou o Renascimento.

NO RENASCIMENTO (século XIV d.C)

O renascimento foi um período importantíssimo na História do Vestuário. Foi nesse período que surgiu o “conceito de moda”. A nobreza de Borgonha (França) e os ricaços que viviam na corte desses nobres não queriam mais se vestir como todo mundo. Queriam cortes pregas, ornamentos diferentes para que pudessem se destacar numa festa ou outro evento qualquer que fossem chamados a comparecer.Por isso, os nobres e os mais abastados passaram a se sentirem incomodados ao ver seu “modelito” sendo copiado por pessoas de classe social mais baixa. Mas, se irritavam ainda mais, se fossem copiados pelos burgueses (desprestigiados socialmente).


Para evitar que os novos ricos copiassem seus modelos, estabeleceram a ideia de “moda”. Vejamos como isto funcionava: Convidado à uma festa, um nobre mandava fazer uma roupa inovadora. Os artesãos faziam-na com capricho e procuravam fazer modelos mais criativos e diferenciados. Na festa, o nobre “brilhava” e o comentário de admiração era geral. Mas, se alguém a copiasse no todo ou em parte, esta roupa deixava de ser “moda”.

Naquele tempo, a moda era efêmera. Durava apenas uma ou duas aparições em festividades. E deixava de ser usada, caso o nobre visse ou ouvisse dizer, que alguém tinha usado uma roupa igual ou parecida com a sua.

Surge então os conceitos de “criação” e de “cópias”. Entendiam por “criação” a novidade ou exclusividade do modelo, criado ou realizado pelo artesão.  Já tudo o que se assemelhasse, parecesse ou lembrasse o tal modelo inovador, era considerado “cópia” e, portanto, sem valor criativo.Surgem as vestes mais requintadas e com muitos e belos ornamentos.


O trabalho de artesão da costura cresceu enormemente. Ganhou fama e prestígio. Os artesãos criavam modelos cada vez mais complicados e mais ousados no corte e na confecção. Muitos, precisavam contratar aprendizes do ofício para poderem dar conta das encomendas feitas pela nobreza que pretendiam se diferenciar das classes inferiores. Era tanto o prestígio destes artesãos que a nobreza e os cidadãos mais abastados passaram a criar roupas adequadas para cada estação do ano. Os artesãos gostavam deste prestígio do trabalho (por que tinham trabalho o ano todo) e da valorização pessoal (quanto mais conhecido, maior a quantidade de trabalho que tinha). E assim adquiriam mais e mais habilidades no cortar, no modelar, no ajustar ao corpo de cada cliente e de ornamentar iam conseguindo.


Outro fato importante da época, é que os artesãos sem tanto prestígio na esfera mais alta da sociedade, também passaram a melhorar suas habilidades confeccionando roupas mais simples para a população e vendendo a produção para comerciantes que, primeiro vendiam nas feiras. Mais tarde, passaram a abrir lojas especializadas em roupas femininas ou masculinas. Assim, artesãos e comerciantes conseguiam viver do seu trabalho.

E quanto mais costuravam, mais tecidos eram necessários. Pouco a pouco, as pequenas tecelagens caseiras foram se desenvolvendo. Um desenvolvimento que trouxe não só o lucro, mas também melhora na qualidade dos tecidos devido a experimentação de novos materiais transformados em fios. E os pequenos teares manuais se transformaram em grandes teares que produziam grandes quantidades de brocados, veludos, cetins e sedas, além dos já conhecidos. A consequência natural desse desenvolvimento fez com que surgissem pequenas indústrias têxteis.


 
sapatos masculinos no início da idade Média e ao final dela 
sapato feminino no início da Idade Média


Outro tipo de artesãos que prosperaram foram os fabricantes de sapatos, pois a “moda” também chegou a eles. Primeiro, diferenciando-se os sapatos femininos dos masculinos. Depois ganhando ornamentos de acordo com as vestimentas, depois a presença de saltos para homens e para mulheres. E, tempos depois surgem as pequenas indústrias de calçados.
sapatos femininos da nobreza ao final da Idade Média

Os panos enrolados na cabeça ou usados como véu dão lugar aos primeiros chapéus confeccionados a mão e em grande variedade. Baixos e mais discretos para os homens, mais sofisticados e mais altos e enfeitados com flores, penas e plumas para as mulheres.

chapéus masculinos na idade Média

chapéus femininos na Idade Média



Em meio a todo esse desenvolvimento, houve a queda do Império Bizantino. Já não tendo como influenciar nas tendências do vestuário, o domínio da moda desperta e passa para o Ocidente Europeu, Tendo a França o centro deste domínio e ditando a moda usada pelos seus nobres para o mundo todo.

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