Louis XIV no leito de morte
Quando o Rei Louis XIV morreu, quem assumiu o reino da França foi seu neto que contava com 5 anos de idade. Por isso, durante 15 anos, o governo da França foi governado por um regente. Já crescido, aos 20 anos, o novo rei assume o trono. Esse rei é Louis XV, um homem estudado, amante das letras e das artes. É nessa época que começa um novo período da história: o “Período Rococó” que vai de 1730 a 1789, quando se dá a Revolução Francesa.
Esse período é marcado pela falta de moderação em
todos os setores. Cheio de excessos e exageros atingiram a arquitetura, as
ciências e as arte. O luxo e a pobreza nunca foram tão flagrantes quanto neste
período. A riqueza e a pompa na decoração dos castelos encobriam a pobreza do
povo francês. Os caprichos, as bizarrices e a excentricidade eram a tônica
deste tempo.
pintura do período Rococó
Mas também foi um período em que as artes ganharam
muita luz. As telas ganharam vida com um colorido mais vivo, cheios de detalhes
da natureza. Um período em que a natureza e seus elementos eram vistos com toda
sua beleza natural. Discussões, argumentações e justificativas sobre a natureza
eram a preocupação dos filósofos da época. Uma ideia que se propagou em tudo o
que faziam. A moda eram os enfeites e decorações sobre o tema. Nem é necessário
dizer que essa moda atingiu o vestuário e seus acessórios, não é mesmo?
A MODA FEMININA
Se na época barroca haviam excessos, na era Rococó os
exageros continuaram a todo vapor. Os cabelos continuavam compridos e os cachos
continuavam na moda. Porém, os cabelos femininos passaram a ser presos nas
laterais ou na nuca e as pontas terminavam em uma profusão de cachos.
As mulheres da realeza e da nobreza usavam
verdadeiras arquiteturas nos cabelos, montadas com armações de arame ou
almofadinhas para dar volume (as frontages) no alto da cabeça. Essas “fontages”
eram cobertas pelos cabelos. Dessa maneira, os penteados ficavam enormes,
trabalhados com muitos detalhes e muito pesados. Sem falara que eram bastante
incômodos. Além disso, recebiam enfeites de flores, chapéus, fios de pérolas ou
apliques de pedras preciosas.
Há quem diga que haviam frontages de um metro de
altura. A moda entre a realeza e suas cortesãs era quanto maior e mais alto,
melhor seria. Mas para que esse exagero? Simples. Para ostentar riqueza e
poder.
Os chapéus contrastavam com a altura do penteado. Os mais altos recebiam chapéus pequenos. Os penteados mais baixos recebiam chapeús maiores, enfeitados com flores, folhagens, penas, laços e rendas que cobriam o rosto ou a pare dos olhos. Algumas vezes, colocavam uma tiara ou arranjos florais, mas dependia da ocasião, como por exemplo, um passeio no campo.
As mulheres ricas gastavam horas para se pentearem.
Além do que, o peso de todo o aparato, era bastante incômodo. Mas o tempo “do
exagero do exagero” durou pouco. Logo vieram os cabelos mais baixos, com
penteados com mais detalhes (tranças, torcidos e cachos) enfeitados com menos
extravagância e mais bom gosto.
Uma das figuras mais expressivas desta época foi Maria Antonieta, esposa de Louis XV e rainha da França. Uma mulher polêmica, de gostos excêntricos e supérfluos. Mulher que foi amada por poucos e odiada por muitos. Mas, suas roupas, os penteados, chapéus e sapatos ditavam moda e serviam de inspiração para o mundo todo. Foi a partir da entrada de Maria Antonieta na História, que a França se tornou o centro de referência da moda.
O Período Rococó foi a época em que os alfaiates e
costureiras tiveram muito prestígio e eram cercados pelas honras palacianas,
devido a originalidade, a criatividade e a valorização dos corpos femininos nas
roupas que faziam.
Para dar uma forma perfeita ao corpo feminino, as costureiras inventaram os “espartilhos” que eram muito apertados e com decotes bastante cavados e deixavam parte dos seios a mostra. Sobre eles vinha uma peça triangular feita de tecido bordado ou enfeitado com fitas, rendas ou babados e que encaixavam no decote e prendiam na cintura. Eram chamados de “corselet”.
Alguns corselets apresentavam mangas falsas. Mas
essas mangas eram mais curtas e mais justas que as mangas barrocas e
arrematadas com os mesmos enfeites do decote.
Para os quadris ficarem mais volumosos, as mulheres
usavam armações laterais feitas de arame grosso. Conta-se que essas armações
eram tão grandes que não passavam nas portas dos palácios. Por isso, precisaram
ser alargadas. Para dar volume na região das nádegas, criaram-se as
“anquinhas”, também feitas de arame. E sobre elas iam as anáguas, as saias e as
sobressaias, geralmente abertas na frente dando visibilidade para a saia.
armações laterais anquinhas
armações laterais anquinhas
Os tecidos também ganharam desenhos de flores e
outros elementos da natureza que estavam na moda. Esses desenhos eram feitos em
fios de seda e que contrastavam com um tecido de fundo da mesma cor e opaco.
Para completar o vestuário e combinar com o
restante, sapatos de salto mais alto e enfeitados com fitas e laços.
MODA MASCULINA
Os homens usavam uma calça justa até os joelhos
sobre uma meia uma meia longa e branca. Um camisolão curto e com mangas
(precursor da camisa) arrematadas com um babado de renda. Podia ter ou não ter
gola.
Por cima desse camisolão, usavam um colete que podia
ser igual ou contrastando com tecido da calça e da casaca. Sobre o colete
usavam uma casaca comprida até os joelhos ou um pouco acima dele, do mesmo
tecido e cor da calça. Essa casaca era acinturada e fechada à frente por alguns
botões. Era também bordada ou enfeitada com fitas.
Como uma espécie de gravata, os homens usavam um
“jobot”, uma espécie de babado feito de renda larga ou de um tecido fino e
acabado com uma renda estreita. Para combinar e completar o vestuário, sapatos
com salto alto e enfeitado por uma fivela.
perucas curtas perucas mais longas
Os cabelos masculinos deviam ser longos caindo
sobre os ombros. Mas, conta-se a boca pequena, que o rei Louis XV, ao ganhar
mais idade, foi ficando careca. Vaidoso como era, logo mandou que lhe
confeccionassem uma peruca. E assim virou moda. Cortesão que quisesse estar bem
apresentável, tinha que usar peruca.
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