quinta-feira, 22 de setembro de 2016

A MODA NO PERÍODO ROCOCÓ


Louis XIV no leito de morte

Quando o Rei Louis XIV morreu, quem assumiu o reino da França foi seu neto que contava com 5 anos de idade. Por isso, durante 15 anos, o governo da França foi governado por um regente. Já crescido, aos 20 anos, o novo rei assume o trono. Esse rei é Louis XV, um homem estudado, amante das letras e das artes. É nessa época que começa um novo período da história: o “Período Rococó” que vai de 1730 a 1789, quando se dá a Revolução Francesa.
Esse período é marcado pela falta de moderação em todos os setores. Cheio de excessos e exageros atingiram a arquitetura, as ciências e as arte. O luxo e a pobreza nunca foram tão flagrantes quanto neste período. A riqueza e a pompa na decoração dos castelos encobriam a pobreza do povo francês. Os caprichos, as bizarrices e a excentricidade eram a tônica deste tempo.


pintura do período Rococó

Mas também foi um período em que as artes ganharam muita luz. As telas ganharam vida com um colorido mais vivo, cheios de detalhes da natureza. Um período em que a natureza e seus elementos eram vistos com toda sua beleza natural. Discussões, argumentações e justificativas sobre a natureza eram a preocupação dos filósofos da época. Uma ideia que se propagou em tudo o que faziam. A moda eram os enfeites e decorações sobre o tema. Nem é necessário dizer que essa moda atingiu o vestuário e seus acessórios, não é mesmo?

A MODA FEMININA
Se na época barroca haviam excessos, na era Rococó os exageros continuaram a todo vapor. Os cabelos continuavam compridos e os cachos continuavam na moda. Porém, os cabelos femininos passaram a ser presos nas laterais ou na nuca e as pontas terminavam em uma profusão de cachos.
As mulheres da realeza e da nobreza usavam verdadeiras arquiteturas nos cabelos, montadas com armações de arame ou almofadinhas para dar volume (as frontages) no alto da cabeça. Essas “fontages” eram cobertas pelos cabelos. Dessa maneira, os penteados ficavam enormes, trabalhados com muitos detalhes e muito pesados. Sem falara que eram bastante incômodos. Além disso, recebiam enfeites de flores, chapéus, fios de pérolas ou apliques de pedras preciosas.


 

Há quem diga que haviam frontages de um metro de altura. A moda entre a realeza e suas cortesãs era quanto maior e mais alto, melhor seria. Mas para que esse exagero? Simples. Para ostentar riqueza e poder.

Os chapéus contrastavam com a altura do penteado. Os mais altos recebiam chapéus pequenos. Os penteados mais baixos recebiam chapeús maiores, enfeitados com flores, folhagens, penas, laços e rendas que cobriam o rosto ou a pare dos olhos. Algumas vezes, colocavam uma tiara ou arranjos florais, mas dependia da ocasião, como por exemplo, um passeio no campo.
As mulheres ricas gastavam horas para se pentearem. Além do que, o peso de todo o aparato, era bastante incômodo. Mas o tempo “do exagero do exagero” durou pouco. Logo vieram os cabelos mais baixos, com penteados com mais detalhes (tranças, torcidos e cachos) enfeitados com menos extravagância e mais bom gosto.


Uma das figuras mais expressivas desta época foi Maria Antonieta, esposa de Louis XV e rainha da França. Uma mulher polêmica, de gostos excêntricos e supérfluos. Mulher que foi amada por poucos e odiada por muitos. Mas, suas roupas, os penteados, chapéus e sapatos ditavam moda e serviam de inspiração para o mundo todo. Foi a partir da entrada de Maria Antonieta na História, que a França se tornou o centro de referência da moda.
O Período Rococó foi a época em que os alfaiates e costureiras tiveram muito prestígio e eram cercados pelas honras palacianas, devido a originalidade, a criatividade e a valorização dos corpos femininos nas roupas que faziam.



Para dar uma forma perfeita ao corpo feminino, as costureiras inventaram os “espartilhos” que eram muito apertados e com decotes bastante cavados e deixavam parte dos seios a mostra. Sobre eles vinha uma peça triangular feita de tecido bordado ou enfeitado com fitas, rendas ou babados e que encaixavam no decote e prendiam na cintura. Eram chamados de “corselet”.
Alguns corselets apresentavam mangas falsas. Mas essas mangas eram mais curtas e mais justas que as mangas barrocas e arrematadas com os mesmos enfeites do decote.

Para os quadris ficarem mais volumosos, as mulheres usavam armações laterais feitas de arame grosso. Conta-se que essas armações eram tão grandes que não passavam nas portas dos palácios. Por isso, precisaram ser alargadas. Para dar volume na região das nádegas, criaram-se as “anquinhas”, também feitas de arame. E sobre elas iam as anáguas, as saias e as sobressaias, geralmente abertas na frente dando visibilidade para a saia.

 
                           armações laterais                                         anquinhas

Os tecidos também ganharam desenhos de flores e outros elementos da natureza que estavam na moda. Esses desenhos eram feitos em fios de seda e que contrastavam com um tecido de fundo da mesma cor e opaco.

Para completar o vestuário e combinar com o restante, sapatos de salto mais alto e enfeitados com fitas e laços.

MODA MASCULINA


Os homens usavam uma calça justa até os joelhos sobre uma meia uma meia longa e branca. Um camisolão curto e com mangas (precursor da camisa) arrematadas com um babado de renda. Podia ter ou não ter gola.

Por cima desse camisolão, usavam um colete que podia ser igual ou contrastando com tecido da calça e da casaca. Sobre o colete usavam uma casaca comprida até os joelhos ou um pouco acima dele, do mesmo tecido e cor da calça. Essa casaca era acinturada e fechada à frente por alguns botões. Era também bordada ou enfeitada com fitas.

Como uma espécie de gravata, os homens usavam um “jobot”, uma espécie de babado feito de renda larga ou de um tecido fino e acabado com uma renda estreita. Para combinar e completar o vestuário, sapatos com salto alto e enfeitado por uma fivela.

                          perucas curtas                                         perucas mais longas

Os cabelos masculinos deviam ser longos caindo sobre os ombros. Mas, conta-se a boca pequena, que o rei Louis XV, ao ganhar mais idade, foi ficando careca. Vaidoso como era, logo mandou que lhe confeccionassem uma peruca. E assim virou moda. Cortesão que quisesse estar bem apresentável, tinha que usar peruca.

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