O período barroco (de 1600 a meados
de 1700 d/C) caracterizou-se pelos excessos, fossem eles na decoração dos
castelos, na arquitetura ou nas artes em geral. Os pintores executavam suas
obras com luz e sombra e mostravam a austeridade e a melancolia de uma época
incrível.
Os tons mais claros (luz)
representavam os momentos de alegria e de euforia. Já os tons mais escuros
representavam as durezas da vida, os anos de humilhações, revoltas e as
recriminações dos Luteranos para que a Igreja trouxesse de volta das regras e
das atitudes mais rígidas.
Os excessos beiravam ao exagero, também
atingia em cheio os vestuários feminino e masculino.
No início dos anos de 1600, as
pessoas ainda se vestiam como no período do Renascimento. A única novidade é
que, ao final do século anterior haviam surgido os “rufos”, uma espécie de gola
pregueada, alta e enormes feita de renda, que se usava em torno do pescoço e
por cima da roupa. O mesmo motivo se repetia nas mangas. Mas, por volta de
1627, homens e mulheres passaram a se enfeitar mais.
A MODA DA REALEZA
No período barroco, os homens mais
ricos usavam cabelos compridos abaixo dos ombros, mas agora, com cachos.
Passaram a se barbear, deixando o rosto a mostra. No entanto, conservavam o
bigode que, era mais fino que o anterior. Como a moda era “enfeitar-se”, os
homens passaram a usar chapéus de abas largas e enfeitados com plumas. Nos pés
sapatos baixos com sola inteiriça ou botas de cano longo.
As roupas mantinham o exagero da
época. Usavam um tipo de bermuda larga e presa aos joelhos com babados de renda
e laços, sobre meias longas feitas de seda brancas ou coloridas para combinar
com o vestuário. Por cima, usavam uma espécie de saia. Por cima disto tudo, ia
um paletó acinturado (marca da época) e enfeitado com jabô de renda, em
substituição aos rufos.
As roupas femininas ganharam mais
volume, eram muito pesadas e com o uso de grande quantidade de rendas. Perderam
os rufos e ganharam golas de renda enormes, feitas de rendas. O traje feminino completo
era composto de uma camisa de linho, espartilho (que modelava a cintura e o
quadril), decote bem marcado e baixo, 8 anáguas (para dar volume) e por cima
uma saia aberta para mostrar a última anágua (forthigale – como eram chamadas).
Uma curiosidade sobre as anáguas
é que as primeiras tinham uma armação de arame. Outras seis levavam bastante
pano para esconder esses arames e, na barra, enfeitadas com gaze ou rendas. Por
fim, a oitava era bem bonita e enfeitada com bordados ou laços de fita.
Completava o vestuário um manto (pesado ou leve conforme a ocasião e o modelo
do vestido), chapéu e um par de sapatos com pequenos saltos quadrados.
Os
chapéus eram muito altos. A altura era dada por armações de arame (chamados fontage) e forrados com gazes ou rendas
e laços de fita. As mulheres sempre gostaram de usar joias para se enfeitar.
Nesta época, quanto mais fossem usadas e misturadas umas ás outras, melhor era.
ROUPAS DE TODOS OS DIAS NAS CORTES
Neste tempo, destaca-se a fabricação
dos brocados, veludos, sedas e tafetás grossos usados em roupas para sair ou
para festas. Habitualmente e para ficar em casa, o homem comum usava uma
espécie de bermuda bufante e larga presa na altura da coxa (ainda detalhes do
renascimento) sobre umas meias longas, bota de salto e chapéu de abas.
As roupas femininas e masculinas ganharam mais volume e enfeites exagerados, mesmo quando não haviam compromissos.
Já as mulheres usavam uma roupa cilíndrica, combinada com um espartilho. Festão ou rufos ao pescoço feito em renda de bilro, proveniente da Itália. A mesma renda aparecia nos punhos das mangas de uma espécie de casaco acinturado.
Os cabelos femininos eram compridos e divididos ao meio e preso num coque alto e adornado com pérolas. Já a moda de cabelos masculinos exigia cabelos longos e soltos sobre os ombros, barba aparada, com ou sem bigodes finos e costeletas bem pronunciadas.
O DECRETO
Em 1933, surge um decreto, com o selo de Louis XIV, determinava que os cortesãos e suas senhoras deveriam vestir-se como mandava o decreto. A realeza e seus nobres evitavam que as roupas usadas por eles fossem copiadas pelas classes mais baixas e fazendo com que a distinção social ficasse clara.
Os homens deveriam usar calças
soltas. gibão (uma espécie de camisa) com mangas largas e punhos de renda,
casaco curto por cima e com gola de renda baixa, e uma capa (manteaux) sobre um
dos ombros. Deviam calçar botas de cano curto em forma de funil e um chapéu de
abas cujo único enfeite era uma pluma. Podiam usar barba desde que tivesse
forma triangular.
As mulheres deveriam usar uma camisola por baixo e
várias anáguas. Sobre esta camisola vinha a peça principal que era uma saia (tambor, como era chamada) e um corpete amarrado na frente.
A saia
poderia ter três camadas de babados, para que tivesse uma aparência mais
agradável e que foram chamadas de secreto (a mais comprida), modesto ( a do
meio) e malandro (a mais curta). Como detalhe, a saia podia ter uma abertura
mostrando a última anágua. O decote podia ser audacioso. O penteado (ou Egret) deveria ter uma franja encaracolada e
visível.
Em 1643,
no reinado de Louis XIV, a França ganha o título de “O País da Moda” e
influencia todos os países próximos e distantes. Como Louis XIV era baixo,
gordo e careca, ele passou a usar roupas que lhe “parecia esconder” seus
“defeitos”.
A partir
de então até 1660, os homens comuns passaram a usar habitualmente uma jaqueta
curta, calças retas (rhigraves) e justas até a altura dos joelhos de onde se
prendia um enorme babado terminando com fita ou renda. Por cima, um novo babado
que dava a aparência de saia. No pescoço um lenço com borda em renda Para combinar, botas de cano curto
e com salto mais confortável e na cabeça, as famosas perucas (hat), que foram
usadas por muito tempo.
As mulheres, usavam um saia sobre os farthingales (anáguas). Como acessórios, os strass e decote canoa que deixavam os ombros a mostra. O “muff” era feito de pele de animais e servia para aquecer as mãos durante o rigoroso inverno europeu. Nos tempos ensolarados e quentes, os penteados subiam, as franjas encaracoladas davam ao rosto, um certo ar de “desleixo” ou de “casualidade”. O uso de sombrinhas foi o ponto alto da época e perdurando por muito tempo.
A MODA DAS PESSOAS COMUNS
Tudo era muito simples e lembrava ainda as roupas do início do renascimento.
De 1660 a
1715, o período dos exageros começa a declinar. As jaquetas aparecem como a peça mais
importante do vestuário masculino. O comprimento das calças é maior, abotoados,
mais justo ao corpo. Há também a presença de bolsos. As mulheres comuns
vestiam-se com um vestido simples e largo atado á cintura por um colete
amarrado com fita ou por botões. Na cabeça uma espécie da capuz e manto que
cobriam os ombros. Sapatos de salto mais alto nas cores preta e vermelho eram
os mais comuns.
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