A
fotografia é uma atividade livre, portanto, é um excelente recurso arte-terapêutico.
A fotografia, segundo Selma Ciornai (2004), é uma foram de linguagem simbólica,
repleta de manifestações expressivas de conteúdos e motivações inconscientes em
forma de imagens. Logo, se presta ao
tratamento arte-terapêutico.
De
acordo com Associação de Arteterapia do estado de São Paulo (AATESP), a Arte-Terapia visa o conhecimento do
sujeito e os fenômenos do mundo que o cerca através de um contexto de
exploração daquilo que produz artisticamente utilizando recursos criativos e
expressivos e assim resgatar e integrar esse sujeito no contexto dos
acontecimentos por meio do ato criativo e do seu produto no contexto
arte-terapêutico. Ou seja, contribui para o desenvolvimento harmonioso do sujeito
e de suas capacidades por meio do processo de autoconhecimento.
Este
processo serve para todos: crianças, jovens, adultos e idosos sadios ou com
algum problema, individualmente ou em grupo, num consultório ou em uma instituição.
Existem diferentes abordagens que levam ao mesmo fim. A Arte-Terapia com base
na teoria de Jung vale-se de materiais expressivos destinados a uma criação simbólica
presente no imaginário de cada pessoa. É esse imaginário que refletem as
estruturas psíquicas da camada mais superficial e mais particulares (inconsciente
pessoal) e das mais profundas e que são comuns a todos os indivíduos (inconsciente
coletivo).
A
proposta da Arte-Terapia tem como base a ideia de que as pessoas devem
trabalhar livremente, ou seja, escolhem o material, a técnica e os materiais. A
intervenção do arte-terapeuta deve sem mínima e, se possível, não deve
interferir, para garantir que a produção artística e psicológica seja realmente
espontânea.
A
fotografia é uma imagem e está presente em tudo ao nosso redor: nos jornais e
revistas, nas propagandas e nos livros, nas casas e nas ruas, nos museus e na
mídia etc. Ela é onipresente, passam mensagens e, inúmeras vezes, influem na
maneira como vemos o mundo.
A
fotografia é sempre muito reveladora. Fotografar é um tipo de jogo de tempo e
espaço. Um jogo muito sensível que captura um instante do tempo. É um registro
de um momento da vida de alguém e que nunca mais será repetido, mas que evoca
lembranças, sonhos, desejos e nos confronta com a realidade.
Nesse
jogo com o tempo, a imagem fotografada, que parece viva, real e presente com apenas
um clic vira passado e lembranças. Por outro lado, uma fotografia do passado
pode reviver a mesma emoção daquele instante tão distante.
Através
da leitura dessa imagem podemos relembrar o cheiro do lugar, ouvir os risos da
turma, o aroma de uma refeição e até mesmo sentir o vento, o frio ou calor do
lugar. Isto porque as fotografias evocam mais lembranças associadas do que a imagem
registrou. E essa leitura adquirem um
novo significado e insere-se num novo contexto. E são os significados do antes
e do depois que interessam à Arte-Terapia.
Muitas
das emoções e sentimentos revelados na leitura de uma imagem fotográfica podem
ser transformados em palavras e verbalizados. Mas muitos outros, não podem ser
ditos. São tão dolorosos que, mesmo querendo, as palavras não saem.
E é, nessas
condições, que a fotografia pode ser um grande auxiliar da comunicação desses
significados permitindo ao terapeuta compreender de onde começaram os
obstáculos que levam essa pessoa a se calar. Com o conhecimento das causas e a compreensão
delas o terapeuta pode ajudar a pessoa a encontrar um novo significado para esses
obstáculos. A fotografia é, portanto, recurso riquíssimo para o processo
terapêutico.
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OBRIGADA PELA VISITA.
Espero que tenha encontrado o que precisava, tenha gostado do que encontrou e que volte muitas outras vezes. Ficarei muito feliz se você deixar um recadinho para mim.