Nosso
cotidiano está rodeado de fotos: nas propagandas, jornais e revistas, nos
livros de todos os tipos, nos museus etc.
A
fotografia é o registro de um momento capturado no tempo e no espaço onde
acontece um evento qualquer. Fotografamos a família, o desenvolvimento dos
filhos, de um lance bonito num jogo de futebol, um baile, de uma refeição em família, de
um lugar que visitamos em uma viagem, de um lugar que nos agrade ou de nós
mesmos. Todas estas fotografias revelam uma imagem estática de um momento que
jamais se repetirá.
A
fotografia age como uma espécie de jogo, pois não revela apenas a imagem. Ela
traz consigo uma gama de lembranças, sentimentos, emoções e sensações visuais,
auditivas, olfativas, gustativas e táteis boas ou ruins daquele momento. Por
isso, ninguém sabe ao certo o que ela expressa, mas como toda imagem, é muito
reveladora.
Sempre
que observamos uma fotografia, revisitamos o passado e o confrontamos com a
realidade do presente. Não a olhamos simplesmente por olhar. Algumas
fotografias prendem mais o nosso olhar que outras. Isto porque elas trazem
algumas informações que são importantes para nós. Se essas informações forem
boas, podemos falar sobre ela, contar os fatos com riqueza de detalhes, dizer
como nos sentimos, lembrar, por exemplo, do vento que esvoaçava os cabelos, do
gosto de algo que comemos, do aroma do lugar, etc. No entanto, também pode nos calar revivendo o
medo, a dor e o sofrimento vivido ou da percepção que tivemos naquele momento. Então,
podemos dar a essa imagem um novo significado ou um novo contexto.A nova
significação ou contextualização da imagem ou fotografia acontece por meio de “projeções”
ou “associações”.
PROJEÇÕES
Segundo
Jung, “as projeções são processos
automáticos e inconscientes em que o sujeito se transfere para um objeto
(no caso a fotografia) como se aquilo que
o incomoda pertencesse ao objeto (foto) e
ela dá um significado”.
No
início do processo terapêutico, a pessoa acredita que é a fotografia que lhe
faz relembrar coisas ruins que aconteceram com ele, no entanto, durante as
sessões de terapia, passa a compreender que o problema está com ele e não na
foto apresentada. A tomada de consciência faz com que as projeções acabem. Só
então, tem início o processo de autoconhecimento.
ASSOCIAÇÕES
Quando
um evento desagradável acontece marca o sujeito. Nesse momento, ele pode ouvir
algumas palavras ou ruídos que ficam em sua mente. A simples menção de uma
delas em outras circunstâncias ou situações faz com que esse sujeito reaja de
forma diferente (mostrar medo, tremer, ficar nervoso ou agitado, calar-se ou
falar por monossílabos, etc). Assim, segundo Jung, as “associações” são compostas por uma lista de palavras de ligações espontâneas
de ideias, percepções, imagens, fantasias com ou sem qualquer ligação ou
significado com o fato ocorrido. Então o sujeito elabora uma lista de palavras
que o lembram do fato desagradável pelo qual passou. Por isso, Jung chamou
essas palavras de “indutoras”, porque as palavras induzem o sujeito a lembrar
do que lhe é desagradável. Jung ainda explica que essas palavras mexem com os
conteúdos emocionais do sujeito de forma inconsciente. Jung chamou as reações do
sujeito de “complexos afetivos”.
Quando
a fotografia é usada como recurso terapêutico as imagens são indutoras. E por
isso, são também simbólicas. Palavras ou imagem indutoras só podem ser
percebidas pelo terapeuta através do seu olhar atento e observador, pois estão
fora do alcance de compreensão dos sujeitos, portanto, impossível que a pessoa as
reconheça por si só.
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OBRIGADA PELA VISITA.
Espero que tenha encontrado o que precisava, tenha gostado do que encontrou e que volte muitas outras vezes. Ficarei muito feliz se você deixar um recadinho para mim.