HISTÓRIA DA ARTE=-TERAPIA (PARTE 2)
Não foi o virtuosismo das obras de arte que despertou o interesse dos estudiosos que, desde meados do século XX, vêm tentando compreender os seres humanos e tratar seus males. Mas, o grande interesse que despertou a atenção desses pesquisadores, foi a forma como alguns doentes mentais (paranóicos, neuróticos e esquizofrêncos) expressavam suas personalidades através dos recursos artísticos.
Os estudiosos observaram que nos trabalhos dos esquizofrênicos, quase sempre, havia a ausência da figura humana, de animais e plantas mas, tinham abstrações, estilizações e geometrismos. Para entender porque isto acontecia precisavam compreender como e porque se expressavam dessa maneira.
E descobriram que os doentes mentais tinham uma grande dificuldade em organizar os sentimentos e de compreender acontecimentos internos e externos. Descobriram também que a angústia e a ansiedade que sentiam por não poderem organizar esses acontecimentos os deixavam agitados e nervosos. Mas, utilizando as abstrações e o geometrismo se acalmavam e tentavam organizar seus conflitos.
Segundo o ponto de vista psicanalítico, os doentes mentais ao se expressarem dessa forma, colocavam para fora o caos originário de pulsões inconscientes. Por isso, chegavam à consciência como uma forma primitiva, deformada e disfarçada por mecanismos de defesa. Significavam forças inconscientes e se apresentavam de forma desestruturada, recheadas de motivos mitológicos típicos da imaginação e das diversas culturas.
Por outro lado, a Psicologia Analítica acreditava que essas obras tinham outros desdobramentos. Esses trabalhos permitiam que os doentes se libertassem dos ressentimentos inconscientes dos mundos arcaiscos, das estruturas cristalizadas de pensamentos, das emoções e impulsos.
Descontando-se os exageros desses pontos de vista, quando a expressão é livre, a arte permite um espaço de liberdade expressiva que transforma o sujeito, que o recria, que o educa e que o coloca na realidade de uma forma nova. A arte é, portanto, um facilitador da organização interna e, ao mesmo tempo, permite que o sujeito compreenda a realidade.
A arte é expressâo. E expressão é sentimento. O cliente da arte-terapia não faz Arte. Mas, o que faz tem sentido, tem significado e tem emoção. E é aí que reside o valor terapêutico da Arte.
fonte:
apontamentos de aula de "Terapias Expressivas", do prof Liomar Quinto de Andrade
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