A sombra é o centro do
inconsciente pessoal. Como todo arquétipo, ela guarda tudo o que o ego rejeita
através de um rigoroso processo seletivo.
A sombra representa tudo o que não
queremos mostrar aos outros, porque são considerados como nossos pontos fracos.
Assim, uma pessoa forte julga que uma certa fragilidade não combina com seu
temperamento. Um assassino frio e calculista julga que a bondade e a compaixão são
seus pontos fracos e se demonstradas, ficaria vulnerável. O pacífico rejeita a
agressividade. E assim por diante.
Portanto, nos conteúdos rejeitados estão certas tendências,
desejos, lembranças e experiências que o ego julgou impróprios ou incompatíveis
com nossa persona ou com certos padrões e ideais sociais. Um exemplo disso é a
célebre frase: “homem não chora”. Chorar, em nossa sociedade de alguns anos atrás,
era considerado como um sinal de fraqueza. E um homem sentimental ou “fraco”
era pouco considerado. Por isso, a sombra não guarda só o que é negativo. Mas,
o positivo também.
Para Jung, o
material reprimido se organiza e se estrutura em torno da Sombra. Seria por
assim dizer, uma espécie de self ás avessas ou um ego obscuro, inconsciente e
oculto. O termo “Sombra” dá a esses conteúdos a idéia de primitivos, hostis,
repulsivos e violentos No entanto, se chegarem a se tornar conscientes, perdem
a força e, com ela, o medo do desconhecido.
O grande
perigo da sombra é não reconhecer que possuímos esses conteúdos. Então, acabamos
projetando nos outros ou sendo dominados por nossos defeitos. Porém, quanto mais consciente forem estes conteúdos,
menos dominados ficaremos.
A sombra é da natureza humana. Uma parte fundamental e integrante dessa
natureza e não deve (nem pode) ser eliminada. Se isso acontecer, não passaremos
de uma caricatura de ser humano que rejeita a dualidade, as contradições e os
limites entre bem e mal que existe em cada um de nós.
Da sombra é que surgem a espontaneidade, a vitalidade, a emoção e
a criatividade provenientes de sua força instintiva. Sua compreensão nunca é
total e perdura pela vida toda. Suas manifestações são ricas e variadas,
restando a cada indivíduo a reflexão honesta do que ela nos apresenta como
parte de nós mesmos.
Fonte:
Olá Sueli, gostei muito do seu artigo
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