O termo “PERSONA”
designava, na antiguidade, as máscaras usadas pelos atores para compor o
personagem na peça. Dela se originaram também as palavras “pessoa” e
“personalidade”.
Nossa personalidade, isto
é, a forma como nos mostramos aos outros pela nossa maneira de pensar, de
sentir e de agir é, na realidade. uma mistura de influências do inconsciente
coletivo, do inconsciente pessoal e da consciência. Somos, portanto, o
resultado de fatores humanos fundamentais e desconhecidos, de sensações, emoções,
pensamentos, lembranças e situações selecionados pelo ego e represados e de
fatos característicos do consciente. Dentro disso tudo, há um segmento da
psique que bastante variável, mas que se apresenta como sendo nossa
individualidade. Esse segmento é a persona.
A persona é, como o nome
sugere, as diferentes máscaras que utilizamos para nos mostrar aos outros. Faz
um esforço para se mostrar como nossa individualidade, mas no fundo, é um traço
psíquico coletivo pois todos a possuem. E por que todos a possuem, em algumas
situações agimos de maneira mais ou menos padronizada.
A criança pensa e age como
criança. Os filhos se comportam de forma semelhante com relação a seus pais.
Estes, agem mais ou menos de forma semelhantes com relação a seus descendentes.
A esta forma de agir chamamos de “papéis sociais”. E é através do desempenho
desses papéis que a psique coletiva atua de um modo bastante peculiar.
Enquanto a psique coletiva
atua por meio da persona, o nosso verdadeiro eu inconsciente ou a nossa verdadeira
individualidade, também está presente, porém, de forma discreta e indireta,
porque ela não pode ser reprimida totalmente.
Nosso EU CONSCIENTE se
identifica com a persona e se funde a ela. A persona então, se mostra como nossa
individualidade. Desta forma, camufla e compensa as manifestações
inconscientes, liberando as fantasias pessoais e de caráter cósmico que estavam
reprimidas. É devido a esse caráter cósmico que se diz que “os homens são assemelhantes
a Deus”.
A persona é, portanto, o
caráter que assumimos coletivamente e nos relacionamos com os outros. por isso,
ela não é boa, nem má. São como as vestes escolhidas para as diferentes ocasiões:
na família, somos filhos e, posteriormente, pais e agimos, pensamos e sentimos
dessa forma. Como homens ou mulheres nossos comportamentos são ditados pela
sociedade. E assim por diante. Quando escolhemos uma profissão, decidimos por
uma nova persona, desta vez, a profissional. E assim por diante. Estes são os
nossos papéis sociais. Por isso, Jung a chamou de "arquétipo da conformidade".
A persona, quando positiva protege o ego
e a psique das forças e atitudes sociais que nos invadem o tempo todo e serve como
meio de comunicação. Quando exacerbada, cria conflitos porque encobre nossa
individualidade.
Fonte:
JUNG, Carl Gustav. "O iNCONSCIENTE COLETIVO", Petrópolis, RJ. Ed Vozes.
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