Um menino, nascido na Paraíba, em 17 de novembro de 1895, recebeu como nome de batismo: Osório Thaumaturgo César. Na juventude, formou-se em odontologia e
depois, em medicina.
Retrato de Osório César
Osório César, como era
conhecido, foi para a Europa e trabalhou no Hospital de Salpêtriére, ao lado de
Jung e Freud, a quem dedicava profundo respeito e admiração. Nessa época, motivado pela convivência e pelas idéias de Freud, escreveu um artigo intitulado “A Arte Primitiva dos Alienados”, publicado em
1925.
capa do artigo (1925)
Tornou-se simpatizante do comunismo. De volta ao Brasil, por causa dessa simpatia foi preso inúmeras vezes. Freqüentou o meio artístico de São Paulo, onde conheceu e casou com Tarsila do Amaral. Exerceu forte influência em suas pinturas que passou a ter uma temática mais social.
Por mais de 40 anos,
Osório César trabalhou no Hospital Psiquiátrico do Juqueri, em Franco da Rocha,
município do Estado de São Paulo próximo a capital. Lá, incentivou a produção
artística dos pacientes e fundou a Escola Livre de Artes Plásticas dentro do
hospital.
O HOSPITAL PSIQUIÁTRICO DO JUQUERI, em Franco da Rocha, SP.
Promoveu mais de 50 exposições de desenhos e pinturas dos internos do
Juqueri e relacionados ás questões psicopatológicas. Nomes como Flávio de
Carvalho, Lourival Gomes Machado, Sérgio Milliet e Quirino Silva despontaram
nessas exposições.
Como possuía um bom
acervo das obras de seus pacientes, Osório César as publicou num livro chamado
“Misticismo e Loucura”, que ganhou o maior prêmio da Academia Brasileira de
Letras em 1948. Esse livro influenciou o trabalho de muitos profissionais que
lutavam pela humanização dos internos psiquiátricos. Entre eles, Nise da
Silveira.
Algumas da obras contidas no livro "MISTICISMO E LOUCURA"
Osório César foi
renomado psiquiatra brasileiro que lutou pela melhoria das acomodações do
Juqueri e por uma forma menos agressiva no trato dos pacientes internados. E
também porque foi o primeiro psiquiatra brasileiro a utilizar a Arte com fins
terapêuticos.
Foi patrono da
Academia de Medicina de São Paulo ocupando a cadeira de nº 68, membro fundador
das Sociedades Brasileiras de Psicanálise de São Paulo e Rio de Janeiro. Doador
de boa parte do seu acervo de obras psicopatológicas ao MASP.
Com sua morte, em 3
de dezembro de 1979, a sociedade médica resolveu homenageá-lo postumamente com
um museu, que levou os seu nome e funcionava numa ala do Hospital do Juqueri.
Mas, há pouco mais que uma década, sua luta e a de seus companheiros pela
humanização do tratamento psiquiátricos dos internos foi vitoriosa. Finalmente,
o Hospital Psiquiátrico do Juqueri foi desativado e, com ele, infelizmente, o
museu também.
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