A
história da moda é incrível e admirável. Primeiro, pela criatividade que sempre
apresentou. Segundo, usa o passado como ponto de referência. Essa volta ao
passado tem início nos tempos da Revolução Francesa, quando a vida econômica da
França estava em frangalhos. E de lá para cá, de tempos em tempos, percebemos
que a moda se vale de alguma coisa do passado. Nos anos finais do século XVIII,
não foi diferente.
Nos
anos de 1870 a 1880, a elite francesa resolveu trazer de volta aquelas armações
de arame usadas na era rococó e que eram usadas lateralmente pelas mulheres da
corte, porém sem tantos exageros. Surgem daí as anquinhas (bustle). Como
inovação, essas armações eram usadas na parte de trás e amarradas na frente e
com drapeados traseiros ou como cauda. Este tipo de vestimenta podia ser usado
de dia ou á noite.
bustles laterais
Estes
vestidos tinham mangas longas para o dia e decotes discretos para o dia e sem
mangas e decotes mais ousados para a noite, com o uso de luvas de cano longo.
Os cabelos eram presos em forma de coque e com pequenos chapéus para o dia.
Para a noite, os cabelos permaneciam presos e formavam cachos que caíam sobre
as costas, imitando a cauda do vestido e ombros, enfeitados por flores.
DE
1880 A 1890
As
inovações foram: as mangas mantinham-se longas, mas não justas aos braços.
Ganhavam também leve franzido próximo aos ombros. As cores eram vibrantes e a
mistura de dois tipos diferentes de tecido era a inovação. Os vestidos para a
noite ganharam babados e drapeados como enfeites. Os babados e os drapeados foram
a marca dessa época.
Os
trajes noturnos eram realizados em tecidos mais pesados, como o veludo, os
gorgorões e o linho. Tinham a cintura no lugar e caiam em linha reta até os
quadris e depois ia abrindo para dar o formato de trombetas para as saias. Uma
espécie de casaquinho (do mesmo tecido da saia) com a parte de traz mais longa
e caída (abertos ou fechados) sobre a anquinha foi outra inovação. Os cabelos
continuavam compridos, presos em coques, onde eram presos os pequenos chapéus.
Os
trajes diurnos eram bem diferentes e lembravam as vestes das deusas da Grécia
Antiga. Eram bem soltos, cintura alta, decotes amplos, feitos com tecidos mais
leves e fluídos que caiam em linha reta. As mangas curtas ou longas e mantinham
o franzido nos ombros. Eram chamados de “vestidos artísticos” ou “vestidos do
chá” usados também para passar o dia com a família e para receber visitas
informais. Os cabelos mantinham os cachos e os coques e aboliram o uso do
“bustle” (anquinhas).
Mas,
nem todo mundo gostava dessa moda.
Os homens eram os primeiros a não gostar e a
tecer críticas, especialmente dos intelectuais e dos boêmios. Haviam muitas
mulheres que se recusavam a usá-las. Gostavam dos vestidos mais soltos, decotes
sem exageros, mais leves e naturais feitos em algodão e crepes. Abominavam os espartilhos
e anquinhas e achavam que eles davam um ar rígido e antinatural. Preferiam,
portanto, uma linha mais medieval. Mas, por discordarem, eram criticadas e
sofriam com o preconceito.
De
1890 a 1900.
É
a época em que as anquinhas foram totalmente abolidas. Mas a principal marca
desta década foram os exageros e ostentação. Os babados continuavam na moda, e
tinham todos os tamanhos, de todos os tecidos e rendas largas e estreitas, e
misturados numa única roupa. Mas o top da moda desta época eram as rendas.
Os
trajes diurnos tinham blusas com gola alta contornada por babados finos de
renda e feitos com tecidos mais leves. As saias tomaram um formato de sino,
caindo lisas e retas da cintura a barra. Do decote caiam babados de renda
largas e levemente franzidas.
Durante o dia, vestidos de estilo semelhantes eram confeccionados com tecidos mais leves, como crepes, cassas (tecido mais transparente feito de fibras de algodão ou linho), algodão e sedas. O tradicional coque nos cabelos, usado com pequenos chapéus ornamentados com flores.
Os
trajes noturnos eram confeccionados com tecidos mais pesados, como o veludo,
gorgorões ou chamalotes (um tecido com fibras de lã ou pêlo de animais
misturadas com fios de seda). Nos meses quentes usavam tecidos de linho, sedas
e tafetás. Os espartilhos, numa versão renovada, além de afinarem o corpo e dar
uma aparência de “S”, permitiam maior mobilidade aos movimentos. Os enfeites
como penas, pérolas, plissados, rufos, bordados, lantejoulas ou a mistura deles
numa única peça, para enfeitá-los. Incluem-se ainda as luvas, leques bem
grandes e joias coloridas que não podiam ser esquecidos, pois não era de bom
tom. Os cabelos para a noite eram presos em forma de coques com cachos
adornados com flores.
No
início da década de 1880, a moda dos dândis ainda imperava. Mas aos poucos foi
mudando e ficando mais formal. Passaram a usar ternos de tecidos e cores
variados e de acordo com a ocasião. Mais coloridos durante o dia e as cores
mais sóbrias, para as noites.
Em 1890, as
camisa tinham golas altas e engomadas, terminadas com babadinhos de rendas bem
finas e levemente franzida. O exagero estava na mistura de tecidos, babados e
rufos. Por cima da camisa usavam um colete abotoado e, sobre este, o paletó
feito com tecido grosso. As calças tinham as pernas mais retas, mas não muito
largas. Para o traje noturno não podiam faltar o casaco (robe de chambre, se
estivesse frio), a cartolas e a bengala.
Para
os trajes diurnos, o mesmo estilo com cores mais vibrantes e com xadrez ou o
famoso risca de giz. A cartola e a bengala podiam ser usadas ou não durante o
dia.
Nenhum comentário:
Postar um comentário
OBRIGADA PELA VISITA.
Espero que tenha encontrado o que precisava, tenha gostado do que encontrou e que volte muitas outras vezes. Ficarei muito feliz se você deixar um recadinho para mim.