A
conquista da fotografia foi uma longa jornada. Uma jornada milenar, de
contribuições de cientistas de todas as épocas e partes do mundo e de inúmeras experiências
frustradas. Por isso, é difícil precisar com exatidão uma data ou um período em
que ela foi criada. No entanto, podem ser encontrados alguns registros desde o final
do século XIX.
Algumas
contribuições foram fundamentais para que a fotografia chegasse ao estágio que
tem hoje em dia. Essas contribuições tornaram-se princípios básicos para o
avanço fotográfico e revolucionaram o mundo na época em que foram criados.
Alguns deles se transformaram em algo tão avançado para sua época que
precisaram de um tempo de espera para que fossem utilizados.
Para
que surgisse a fotografia foi necessário que se reunisse esses princípios de
forma adequada e coerente. São eles: o princípio da câmara escura de orifício,
o princípio da foto-sensibilidade e o princípio da ótica. Não se pode esquecer
e levar em conta o conjunto de fatores históricos e culturais que influenciaram
as contribuições de forma decisiva para que a fotografia acontecesse. O mundo a
desejava ansiosamente, mas a fotografia surgiu no tempo e no momento certos,
nem antes e nem depois que seu processo evolutivo estivesse concluído, maturado
e de forma natural.
PRINCÍPIO
DA CÂMARA ESCURA DE ORIFÍCIO
A
invenção da câmara escura de orifício data dos tempos mais remotos e seu
inventor é desconhecido. Tratava-se de uma caixa grande ou de um quarto (origem
do termo câmara, pois o local de dormir tinha esse nome na antiguidade) onde um
dos lados ou parede tinha um pequeno orifício permitindo a passagem de um fino
raio luminoso. Esse pequeno filete projetava na parede contrária a imagem do
que estava do lado de fora.
Historiadores
dizem que essa câmara já era conhecida na Grécia Antiga e que Aristóles (384
-322 a/C), manuseando uma câmera dessas, observou e descreveu imagens quando a
luz passava pelo pequeno orifício da câmara.
Muito
tempo depois, em 1038 d/C, um sábio árabe da corte de Constantinopla, de nome Ibn
Al Haltam, observou, descreveu e registrou um eclipse solar por meio de uma
câmera dessas. Estes registros escritos comprovam a utilidade prática da câmara
escura de orifício.
Séculos
mais tarde, na Itália, Leonardo da Vinci (1452 -1519), foi o primeiro a fazer
uma descrição precisa do fenômeno em forma de desenho. A divulgação da
descrição e do desenho da câmara escura fez com que cientistas de todo o mundo a
estudassem e pesquisassem sobre ela com maior interesse. Os estudos propiciaram
modificações, avanços e refinamentos que permitiram sua evolução. Um desses
refinamentos foi a substituição do orifício por uma lente convergente
permitindo que as imagens fossem mais nítidas e brilhantes.
As
pesquisas se intensificavam a cada novo avanço. No século XVIII, os nobres e as
pessoas passaram a dar grande importância aos princípios científicos. Reuniões
e debates entre os grandes pensadores da época aconteciam com certa frequência.
As
câmaras escuras ganharam novos formatos e tamanhos cada vez menores desde
meados do século XVIII e serviam para a ampliação desenhos e retratos artísticos
ou para obter uma transparência melhor nas pinturas.
Os
telescópios, as lunetas, os microscópios, as câmaras escuras, as gravuras e pinturas
mostravam a necessidade e a ânsia dos homens da época em conhecer e representar
do mundo tal qual como ele era na realidade. Foi uma época em que, pelo
empirismo e pela ciência, surge um novo aspecto da cultura mundial: a cultura
visual (tão importante nos dias atuais). No entanto, naquela época, ninguém
havia encontrado uma maneira de gravar as imagens obtidas pelas tais câmaras
escuras. Os desenhos e as pinturas eram as únicas formas de registros nos
séculos XVII e XVIII. E foram elas que levaram artistas e cientistas há novas
pesquisas, estudos e experimentações.
Em 1802, século XIX, o inglês Thomas Wedgewood afirmou que utilizava nitrato de prata para copiar gravuras e definia o resultado como “belo e prático”. Mas afirmava também que encontrava dificuldades em fixar as imagens que conseguia. Embora utilizasse a foto-sensibilidade da prata não encontrava um fixador adequado. A declaração de Wedgewood fez com que os pesquisadores investissem nessa direção.
As grandes distâncias e a lentidão das comunicações (cartas e mensagens levavam meses para chegar ao destino) faziam com que os pesquisadores não trocassem informações e trabalhassem sem saber se outros pesquisavam a mesma coisa ou não. Exemplo disso, é que muitos ignoravam que o químico Karl Wilhelm Scheele já havia descoberto, em 1777, o amoníaco como um excelente fixador dessas imagens. Se soubessem, a fotografia teria florescido muito antes do que foi.
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