A MÚSICA MODERNA E O MUNDO
(IV)
Ano de 1822, França. O país
vivia um período de calmaria após ter enfrentado duas guerras. A chegada do
século XIX trouxe uma nova esperança ao povo. Algumas barreiras sociais haviam
caído e o povo vivia uma transformação social intensa. Mesmo passando por um
período de transição cultural, a França respirava um ar de despreocupação e de
alegria. E, consequentemente, todos queriam se divertir e aproveitar a vida.
Viviam uma época em que a
classe operária passou a se misturar com a classe média e a cultura popular era
o top do momento. Foi nessa atmosfera descompromissada e alegre que a
criatividade artística explodiu rompendo com o classicismo da época anterior. E
toda essa criatividade fez surgiu uma porção de movimentos, dentre eles o
“japonismo”, onde o estilo da arte japonesa influenciou as modalidades
artísticas daquele país. Época também em que Gustave Eiffel constrói, no centro
de Paris, o mais famoso cartão postal da cidade: a Torre Eiffel.
A vida noturna passou a ser
um evento cotidiano. Surgem os cabarés, os teatros de variedades e os famosos
cafés de Paris, frequentados por artistas, s excêntricos, aristocrata e pessoas
da classe média em números cada vez maiores.
Nos teatros de variedades a
sensação era o show das vedetes.
Nos famosos cafés
parisienses, escritores, pintores, músicos se encontravam e mostravam seus
talentos. Não faltava oportunidade para fofocarem, atirarem farpas uns nos
outros e jogar conversa fora. Esses
cafés se tornaram num marco, num símbolo, onde a mistura de várias culturas e
estratos sociais era um fato possível, pois era possível de se encontrar
pessoas de todas as classes sociais, conversando e se divertindo amistosamente.
Nos cabarés, o ponto alto da
noite era uma dança que recebeu o nome de “Quadrilha”. Essa dança foi inventada
por uma vedete chamada Cèleste Mogador, e apresentada em 1850, causando o maior
frisson na plateia.
Cèleste Mogador
Era uma dança acompanhada por trombones e cornetas, com
ritmo agitado, passos saltitantes e extremamente acrobáticos que exigiam
bastante flexibilidade corporal. A quadrilha era dançada por oito moças bem
altas (1,70m) e envolvia muita sensualidade.
Se a valsa era considerada
uma dança imoral por mostrar uma pequena parte do corpo feminino (o tornozelo),
imaginem o furor que a quadrilha causava quando as moças apareciam com saias
abaixo do joelho e, ao dançar, deixavam a mostra suas calçolas (jarreteiras).
Numa visita a Paris, Charles
Morton foi a um cabaré e assistiu a quadrilha. Ficou entusiasmadíssimo. Inspirando-se
nela e na polca, fez uma mistura dos passos dessas danças e inventou outra, que
ele chamou de “Cancan”, inspirado nos ruídos feitos pelos passos realizados. É
a versão que conhecemos hoje.
Morton apresentou sua dança
em Londres, em 1861. E chocou os ingleses, que a consideraram uma dança imoral
e indecente. Enquanto isso, na França, a popularidade da quadrilha, e mais
tarde do Cancan, crescia incontrolavelmente.
O mais famoso dos
cabarés foi o Moulin Rouge, inaugurado em 1889. Sua fama se deve a apresentação
do Cancan com moças altas, vestidas de corpete e saia de babados, meias
rendadas, botas de salto alto e penachos na cabeça.
O Cancan foi liberado a partir de
1830 e permaneceu em evidência até 1944 como uma dança bastante popular.
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OBRIGADA PELA VISITA.
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