quarta-feira, 9 de abril de 2014

O JASS

O jass é, sem dúvida alguma, um daqueles ritmos que vieram para ficar para sempre. E sua história é bem interessante.

No século XVI, iniciava-se a colonização dos Estados Unidos da América com os ingleses aportando no litoral do Oceano Atlântico. Mais tarde, vieram os franceses que habitaram a região central do país. E a sudoeste e sudeste, chegaram os espanhóis.  Essas pessoas e outras (vindas outros lugares da Europa) tinham a intenção de formar várias colônias autônomas, o que naturalmente, chocava-se com os interesses do governo inglês que era o de explorar economicamente a nova terra.      

Treze colônias se formaram, se desenvolveram e prosperaram de modos diferentes. No centro-norte predominaram as pequenas propriedades, a produção manufatureira e o comércio com a África e as Antilhas. No sul, predominaram as grandes e produtivas fazendas de tabaco, algodão e arroz. Nessa época, a Inglaterra monopolizava o comércio e a distribuição dos produtos da colônia por toda a Europa. E para que a produção fosse sempre muito boa economicamente, lançaram mão do trabalho escravo.

A história do Jass começa neste ponto. Os negros traziam consigo tradições e crenças como parte da cultura africana. Os franceses (católicos e preocupados com a salvação da alma dessa gente) impediam os negros de expressar-las. Já no sul, os colonos ingleses (protestantes) não tinham essa preocupação. Para eles, “escravos felizes” desempenhavam melhor suas tarefas e trabalhavam mais. Por isso, toleravam as manifestações pagãs e deixavam que os negros cantassem durante o trabalho e tocassem e dançassem suas músicas nas festas locais.


As músicas dos negros eram bem ritmadas e com compassos complexos. Porém, agradáveis aos ouvidos. Durante a cantoria no trabalho, as improvisações eram frequentes, geralmente, satirizando o escravagismo, uma situação ou o próprio dono da fazenda.

Em Nova Orleans, os músicos negros copiaram a técnica das bandas militares francesas, tanto com relação ao instrumentos musicais, como o repertório musical. Por outro lado, a língua inglesa facilitou a formação de belas canções, cujas letras são verdadeiros poemas, fazendo surgir uma série de variações como as canções de trabalho, as gospels e os blues.


O timbres e as inflexões se tornou uma característica do que conhecemos hoje como a “verdadeira música negra norte-americana”, apesar das influências recebidas dos colonizadores. E foi assim que o jass entrou para a história da música.


DANÇANDO O JASS

Como dança, o jass tem raízes populares e se desenvolveu ao mesmo tempo que a música. Pode-se defini-la como uma expressão pessoal baseada na improvisação.

Na época da colonização americana, as danças tradicionais eram: polcas, valsas e as quadrilhas. Para ridicularizar os brancos, os negros os imitavam. Mas, não era uma cópia simplesmente da cultura europeia, mas uma visão dela misturada com as danças e instrumentos africanos que conheciam.

 Em 1740, o governo do sul do país proibiu o uso dos tambores. Os negros não se abalaram. Na falta dos tambores para marcar o ritmo de suas músicas e danças, passaram improvisar com palmas, sapateados e o banjo, dando assim um avanço para o jass que conhecemos hoje em dia.

No início do século XVIII as danças afro-americanas chegam aos salões e passa a ser influenciada pelo Cancan e Charleston. E chega a Broadway e faz o maior sucesso.


Jack Cole foi o primeiro a integrar os fundamentos da Dança Moderna e a usar o isolamento de partes do corpo, influenciando uma geração inteira. Por isso, Cole ficou conhecido como o “Pai do Jass”.

Como dança, o jass tem características marcantes: isolamentos, uma energia explosiva que se concentra nos quadris e um ritmo pulsante que se traduz num balanço e movimentos adequados. 


MATT MATTOX, o maior bailarino de Jass do mundo.

Muitos críticos de dança afirmam que o jass não apresenta uma coreografia de valor e se justificam ressaltando a mistura estilos pessoais e improvisações. Será mesmo que não existe valor coreográfico? Então, o que faz uma dança como o jass ficar em evidência por tanto tempo?

O JASS NOS DIAS DE HOJE

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