Os
países delimitavam suas fronteiras e um sentimento nacionalista tomou conta das
pessoas e se espalhou pela Europa. A princípio, era apenas um sentimento de
orgulho nacional.
"A LIBERDADE GUIANDO O POVO"
DE EUGÈNE DELACROIX
No
século XIX, esse sentimento se transformou numa forma de ver e compreender o mundo
e de falar sobre ele. Mas, para isso, era preciso conhecer a natureza humana.
Era preciso entender a subjetividade de cada indivíduo. E o homem como um todo,
passou a ser o centro das atenções.
Entendiam
que não haviam regras prontas, pois as pessoas não agiam, pensavam ou tomavam
atitudes sempre do mesmo jeito ou da mesma forma. Entendiam que, para conhecer
o homem e sua natureza, era preciso desvendá-lo no cotidiano. Observá-lo em
todos os aspectos: físicos (características pessoais) e mentais (emoções,
atitudes e comportamentos, desejos, necessidades e interesses pessoais). E,
nessa observação, o destaque foi dado para a dramaticidade da vida: paixões, saudades,
tragédias amorosas, desejos não realizados, ideais fantasiosos, sentimentos de
religiosidade, nos sonhos e fantasias.
O
período romântico foi um movimento essencialmente estético, mas que valorizou a
criatividade e a imaginação. Evidente e naturalmente, eram ideias e pontos de
vista que se contrapunham ao equilíbrio clássico baseado no rigor científico e
nos ideais iluministas.
A
estética, a criatividade e a imaginação influenciaram as artes em geral, a
literatura, a política e a filosofia por toda a Europa. E todas as obras
produzidas entre 1815 até meados do século XIX foram consideradas como
“românticas”. No entanto, muitas sinfonias e concertos do gênero erudito
continuaram a ser escritos.
A
MÚSICA ROMÂNTICA
Sua
característica principal era a flexibilidade das formas musicais que buscavam e
ressaltavam os sentimentos expressos na melodia. E para isso, os compositores
dedicavam grande parte de seu tempo.
Os
sentimentos eram representados por várias tonalidades e estruturas harmônicas inovadoras
que faziam os movimentos fluírem com maiores contrastes, com cromatismos e
dissonâncias mais frequentes e variadas e em obras menos extensas. As mudanças de
tons eram mais bruscas e os acordes mais longos permitiam inúmeras modulações que foram exploradas pelos compositores.
Durante
o período romântico foi criada uma base mais sistemática para a composições e interpretações
das músicas de concerto. Mas também, houve um interesse bastante grande pelas
composições de canções temáticas. Houve ainda o desenvolvimento da orquestras
sinfônica e do virtuosismo de alguns compositores que criaram obras complexas e
de uma beleza ímpar.
Nocturno em mi bemol op 9 nº2 - Chopin
PRINCIPAIS
COMPOSITORES ROMÂNTICOS:
De 1815 a 1835
Niccolo Paganini
Giácomo Rossini
Franz Schubert
Johan Strauss
Félix Mendelsohn
Clara Schumman
|
Frédéric Chopin
Franz Liszt
Richard Wagner
Giuseppe Verdi
Anton Rubinstein
Johannes Brahms
|
De 1850 a 1880
Pyotr Lluich
Tchaicowsky
Giácomo Puccini
Gustav Mahler
Franz Schimidt
Claude Debussy
|
Maurice Ravel
Igor Stravinsky
Heitor Villa-Lobos
(Brasil)
Carl Orff
Leonard Bernstein
|
Cavalcata delle Valchirie - Wagner
A
GUERRA DOS ROMÂNTICOS
Todos
os compositores do romantismo consideravam Beethoven como um herói artístico e
espiritual. Um gênio musical ao qual procuravam seguir e se orientar
musicalmente.
Em
dado momento, esses compositores passaram a divergir na forma de pensar. De um
lado, estavam os que procuravam seguir fielmente a estrutura musical de Beethoven formando, assim, um grupo de “conservadores” liderados por Brahms e Shumman. De
outro lado, os que achavam que poderiam inovar ainda mais e que formavam o grupo
dos “progressistas radicais” liderados por Liszt e Wagner.
Essa
divergência de ideias que fez com que músicos mais conservadores da França, Itália e da Rússia ficassem marginalizados. E o descontentamento provocou o fim desse
período.
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