quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

O ROMANTISMO MUSICAL

Os países delimitavam suas fronteiras e um sentimento nacionalista tomou conta das pessoas e se espalhou pela Europa. A princípio, era apenas um sentimento de orgulho nacional.

 "A LIBERDADE GUIANDO O POVO" 
DE EUGÈNE DELACROIX

No século XIX, esse sentimento se transformou numa forma de ver e compreender o mundo e de falar sobre ele. Mas, para isso, era preciso conhecer a natureza humana. Era preciso entender a subjetividade de cada indivíduo. E o homem como um todo, passou a ser o centro das atenções.

Entendiam que não haviam regras prontas, pois as pessoas não agiam, pensavam ou tomavam atitudes sempre do mesmo jeito ou da mesma forma. Entendiam que, para conhecer o homem e sua natureza, era preciso desvendá-lo no cotidiano. Observá-lo em todos os aspectos: físicos (características pessoais) e mentais (emoções, atitudes e comportamentos, desejos, necessidades e interesses pessoais). E, nessa observação, o destaque foi dado para a dramaticidade da vida: paixões, saudades, tragédias amorosas, desejos não realizados, ideais fantasiosos, sentimentos de religiosidade, nos sonhos e fantasias.

O período romântico foi um movimento essencialmente estético, mas que valorizou a criatividade e a imaginação. Evidente e naturalmente, eram ideias e pontos de vista que se contrapunham ao equilíbrio clássico baseado no rigor científico e nos ideais iluministas.

A estética, a criatividade e a imaginação influenciaram as artes em geral, a literatura, a política e a filosofia por toda a Europa. E todas as obras produzidas entre 1815 até meados do século XIX foram consideradas como “românticas”. No entanto, muitas sinfonias e concertos do gênero erudito continuaram a ser escritos.


A MÚSICA ROMÂNTICA

Sua característica principal era a flexibilidade das formas musicais que buscavam e ressaltavam os sentimentos expressos na melodia. E para isso, os compositores dedicavam grande parte de seu tempo.


Os sentimentos eram representados por várias tonalidades e estruturas harmônicas inovadoras que faziam os movimentos fluírem com maiores contrastes, com cromatismos e dissonâncias mais frequentes e variadas e em obras menos extensas. As mudanças de tons eram mais bruscas e os acordes mais longos permitiam inúmeras modulações que foram exploradas pelos compositores.

Durante o período romântico foi criada uma base mais sistemática para a composições e interpretações das músicas de concerto. Mas também, houve um interesse bastante grande pelas composições de canções temáticas. Houve ainda o desenvolvimento da orquestras sinfônica e do virtuosismo de alguns compositores que criaram obras complexas e de uma beleza ímpar.

Nocturno em mi bemol op 9 nº2 - Chopin


PRINCIPAIS COMPOSITORES ROMÂNTICOS:

De 1815 a 1835

Niccolo Paganini

Giácomo Rossini

Franz Schubert

Johan Strauss

Félix Mendelsohn

Clara Schumman
Frédéric Chopin

Franz Liszt

Richard Wagner

Giuseppe Verdi

Anton Rubinstein

Johannes Brahms


De 1850 a 1880

Pyotr Lluich Tchaicowsky

Giácomo Puccini

Gustav Mahler

Franz Schimidt

Claude Debussy
Maurice Ravel

Igor Stravinsky

Heitor Villa-Lobos (Brasil)

Carl Orff

Leonard Bernstein


Cavalcata delle Valchirie - Wagner


A GUERRA DOS ROMÂNTICOS

Todos os compositores do romantismo consideravam Beethoven como um herói artístico e espiritual. Um gênio musical ao qual procuravam seguir e se orientar musicalmente.

Em dado momento, esses compositores passaram a divergir na forma de pensar. De um lado, estavam os que procuravam seguir fielmente a estrutura musical de Beethoven formando, assim, um grupo de “conservadores” liderados por Brahms e Shumman. De outro lado, os que achavam que poderiam inovar ainda mais e que formavam o grupo dos “progressistas radicais” liderados por Liszt e Wagner.

Essa divergência de ideias que fez com que músicos mais conservadores da França, Itália e da Rússia ficassem marginalizados. E o descontentamento provocou o fim desse período.

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