O
bordado é a arte de enfeitar os tecidos com desenhos feitos com fios. Há
quem diga que bordar não é arte, nem terapêutico. Como arte assemelha-se a
pintura. O pintor usa tintas para preencher a tela ou outro suporte qualquer. E
qual a diferença se o suporte é um tecido e, em vez de tintas, usa-se fios?
Para mim, não há diferença. Além
disso, estudos provam que o bordado segue os princípios fundamentais das artes
visuais, permitindo que quem o pratica se vale de uma linguagem visual com uma
técnica própria, diferenciada e atrativa pela qual podemos ler, compreender e
interpretar as imagens produzidas. Logo, é arte.
Como
terapia, colocamos muito de nós mesmos num bordado. A escolha do motivo, das cores
a serem empregadas, a escolha dos pontos a preenche-lo são itens que revelam
muito de nós, como gostos e preferências, personalidade, paciência, perseverança, habilidades,
capacidades e sentimentos. Portanto, é terapêutico.
Como
já vimos, sua origem é muito antiga. No princípio, os bordados eram feitos a
mão, com agulhas de diferentes grossuras e feitios (inclusive a de crochê).
Mais recentemente, passou-se a usar máquinas para fazê-los. Sua utilidade também
é variada. Pode-se usá-lo em vestimentas, na decoração de ambientes e em
logomarcas industriais e esportivas.
Os
tecidos, como suportes dos bordados, são variadíssimos. Vão dos tecidos mais
finos e delicados aos mais grossos ou mais rústicos (como a juta) por exemplo. E geralmente, são lisos e na cor que cada um desejar.
Os
motivos (dos mais variados) vão de flores a paisagens. Os motivos florais são
mais utilizados em peças do vestuário e em peças decorativas como toalhas de
mesa, de jogos de toalhas de mãos, rosto e banho ou jogos de toalhas pequenas
usadas sobre os móveis. As paisagens são preferidas em peças decorativas mais
duradouras, como quadros, tapetes e colchas. Há também motivos folclóricos. São
aqueles representativos de uma determinada região, de uma época ou da cultura
de um povo e são muito valorizados como os tapetes persas, os bordados da Ilha
da Madeira, por exemplo.
São agulhas comuns, fáceis de encontrar.
A
agulha deve ser apropriada para o tecido escolhido: finas para os tecidos mais
delicados e grossas para os mais grossos. Podem ser usadas também as agulhas de
crochê nesses bordados (em tapetes, principalmente).
Os
fios usados nos bordados são os mais variados possível. Podem ser de algodão,
seda, linhos, lãs, ráfia, fios de ouro e de prata, fios de fibras sintéticas
como os de nylon, acrílico e celofane. Recentemente, passou-se a usar fitas e
tecidos aplicados em alguns bordados de cunho artístico, como quadros por
exemplo.
As linhas para bordar são encontradas em meadas
ou novelos pequenos ou grandes.
Pode-se ainda complementar o trabalho de bordado com materiais
preciosos como o ouro, a prata, pérolas, outras pedras preciosas, lantejoulas e
canutilhos ou com materiais rústicos, como sementes, conchas, palha, contas de
vidro ou de madeira, palha etc. E sempre com excelentes resultados visuais. Como exemplo, cito os vestidos de noiva ou para as noites de festas, de espetáculos musicais e nas fantasias carnavalescas do Brasil que
possuem aplicação de strass, lantejoulas e canutilhos, pérolas e outros
ornamentos.
Os
pontos variam entre os mais simples (como o “ponto atrás ou haste”, o
“caseado”) e os mais complexos (embora sua execução não seja nada difíceis de
serem feitos, como os pontos “cheio” e o “matizado”) podem ser realizados numa
só cor ou todo colorido. Qualquer pessoa (homens ou mulheres) pode bordar e
realizar qualquer ponto.
TIPOS
DE REALIZAÇÃO DOS BORDADOS
Como
já dissemos, os bordados podem ser realizados a mão ou a máquina. Os manuais
são mais valorizados pois levam mais tempo para serem concluídos. Já o bordado
a máquina é bem mais rápido e mais produtivo em termos comerciais.
Embora não
apresente a mesma qualidade que o manual, é a preferência popular no momento. Quando se fala em qualidade, não nos referimos ao direito do trabalho. toda bordadeira sabe que o avesso deve ser tão perfeito quanto o direito da peça. Por isso, todas as bordadeiras tratam de não deixarem fios atravessados e nós aparecendo do lado do avesso. o que não acontece com os trabalhos feitos a máquina. Mas
falaremos mais disso em outra oportunidade. Talvez por isso, seja o fato de
muita gente achar que o bordado não é arte, rebaixando-o à categoria de
artesanato.
Nos
bordados podem ainda ser realizados com uma peça chamada “bastidor”, que auxilia o bordador a manter o tecido esticado. O mais conhecido são os bastidores circulares
fixos ou os ajustáveis e a custo baixo. Mas dependendo do trabalho a ser feito,
podem ser usados os bastidores quadrados ou os retangulares. Como estes são
menos comuns podem ser feitos em casa ou encomendados, embora sejam encontrados
em algumas lojas especializadas em artigos para bordados, portanto, um pouco
mais caros.
OS BORDADOS MANUAIS.
Os bordados manuais podem ser:
PLANOS
- Os bordados planos são os mais
comuns. Sobre o risco do motivo no tecido aplicam-se um ou vários tipos de
pontos adequados a esse motivo.
RENDADOS
- Os bordados rendados são aqueles
que se assemelham a uma renda. Primeiro, borda- se o motivo desejado. Depois de
pronto, com uma tesoura pequena e afiada recortam-se os espaços vazios entre os
pontos ou fora deles, como por exemplo, o “rechelieu”.
Continua
EM
RELEVO - Os bordados em relevo mais
parecem uma escultura do que um bordado. Esses relevos são feitos com os
motivos escolhidos e confeccionados com fitas, com o próprio tecido ou tecidos
diferentes. Surgem em peças mistas, onde os relevos completam os motivos dos
bordados planos.
continua
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OBRIGADA PELA VISITA.
Espero que tenha encontrado o que precisava, tenha gostado do que encontrou e que volte muitas outras vezes. Ficarei muito feliz se você deixar um recadinho para mim.