Desde
a década anterior a 1890 até 1910, a população mundial vivia um momento
especial. Um momento de beleza e inovações na cultura, nas artes, na
literatura, nos avanços tecnológicos e a paz reinava entre as nações.
A
Belle Époque foi um estado de espírito, com um otimismo contagiante e de
grandes esperanças no futuro. E esse estado de espírito refletiu na moda.
Na
França, com toda da efervescência da Belle Époque, tornou-se um período de
beleza e inovação. Em meados da primeira década, Paul Poiret inova levando a
cintura para o local apropriado e desapertando os famosos espartilhos, que
acabam desaparecendo. A moda agora é o conforto e o luxo dos tecidos mais
leves. Em Paris, começa a despontar Gabrielle Chanel, que mais para a frente se
tornará a maior estilista do mundo.
Até
o século XX, as mudanças no vestuário feminino eram graduais. Uma mulher nascia
e morria usando o mesmo estilo de roupa, salvo com pequenas modificações. Depois do início desse século, as mulheres
ansiavam por mudanças. E em grande parte, as mais jovens eram as mais ansiosas.
Com
a comunicação e o intercâmbio cultural facilitado pelas invenções tecnológicas
da época, os olhos do mundo voltavam-se para dois centros de moda: o da
Inglaterra e o da França. Ambos eram copiados, adaptados a qualquer tipo
climático e acessíveis a todas as camadas sociais.
A
MODA FEMININA
a)
NA INGLATERRA
Na
Inglaterra no início do século XX, as mulheres viviam o “Período Eduardiano”.
Mais uma vez, o espatilho transforma-se num ideal de beleza. Se em épocas
anteriores já eram muito justos e apertados, agora apertam-se mais para que as
silhuetas femininas tivessem a aparência de “S”.
O
luxo e a ostentação eram a tônica dessa moda. Uma mulher, inglesa e refinada
tinha um “figurino” para cada ação do dia. Havia vestimentas apropriadas para o
café da manhã, para o almoço com a família, para o almoço no campo, outra para
o almoço na cidade. Tinham roupas de verão, de inverno e das estações
intermediárias. Vestidos para as tardes, para os passeios no campo e os da
cidade e os de viajar. Havia roupas para o chá, para o jantar com a família,
para o jantar com convidados. Tinham também roupas esportivas diferentes para
as caçadas e para cavalgar. Tudo era muito cerimonioso, pomposo e protocolar.
As
mulheres não usavam maquilagem para parecerem brancas e pálidas, pelo conceito
de que elas eram frágeis. Era costume também, para manter a palidez e manter a
silhueta fina como resquícios da era vitoriana, tomarem uma pequena dose de
arsênico. Não satisfeitas com suas próprias medidas e do uso do terrível
espartilho, para conseguirem ficar com uma cintura de 40 cm as mulheres da alta
sociedade retiravam as costelas flutuantes.
O exagero
e a ostentação marcavam a moda inglesa. O volume excessivo de penas, rendas,
bordados, plissados, rufos, lantejoulas, pérolas e outros enfeites eram a
tônica dos trajes femininos. Já as mulheres comuns não tinham dinheiro, nem
tempo para tanto luxo. De resto, a moda mudou muito pouco, apenas os vestidos
assumiram tons mais claros e a cor mais usada era o branco. Para os esportes, a
novidade foi o surgimento das saias-calças.
Os
chapéus continuavam exagerados no tamanho e nos enfeites. Para fixa-los na
cabeça eram necessários grampos.
b)
NA FRANÇA
A
Belle Époque foi um estado de espírito, formado por um otimismo contagiante e
grandes esperanças no futuro. E esse estado de espírito refletiu na moda
francesa. Foi um período de beleza e inovação no vestuário.
Modelos da MaisonWorth antes de Poiret
Em
1905, a Maison Worth, a loja de moda mais famosa, chique e prestigiada da época, exibia
modelos vistosos e extravagantes de acordo as novidades da época. Os tecidos e suas estamparias, os turbantes, os diademas, as plumas faziam
da moda um jogo imaginário entre a arte e os contos das Mil e Uma Noites,
motivo pelo qual agitava
o imaginário feminino.
Modelos da MaisonWorth após Poiret
Mas Poiret tinha uma
preocupação: o conforto feminino. Aboliu os espartilhos, usava tecidos muito
leves, com novos cortes e novas cores. O luxo, segundo ele, estava nos tecidos
com que confeccionava suas roupas e nos acessórios. Mas o ponto alto da
inovação de Poiret foi a colocação da cintura dos vestidos na cintura do corpo
e encurtando as saias dos vestidos na moda para o dia a dia.
Moda de Poiret em 1905: sofisticação
Com o encurtamento
das saias, os sapatos ficaram à mostra. Os tornozelos e um pedacinho das pernas
também ficaram visíveis (o que ainda era um despudor), embora fossem cobertos
por meia em tons escuros.
Inovações de Poiret no final da década
A Bélle Epóque foi um
tempo de luxo, bom gosto, sofisticação e praticidade e todos mostravam que a
vida era boa para se viver com imensa alegria. E foi nessa
mesma época, começa a despontar no cenário da moda francesa a maior estilista
de todos os tempos: Gabrielle (Coco) Chanel.
Gabriele (Coco) Chanel
Coco era chapeleira numa cidade
campestre. Mas, transformando suas próprias roupas entra no mundo da moda. Ela
tinha um estilo próprio, que chocava a princípio, mas que em pouco tempo, todas
as mulheres queriam remodelar o seu vestuário.
A
MODA MASCULINA
A
moda masculina também se tornou mais prática e simples. Apesar do aspecto de
uniformização, pois todos os homens e rapazes se vestiam de maneira semelhante
(calças compridas, paletó, colete e gravata), ficavam muito mais elegantes e
charmosos. Na cabeça, cabelos mais curtos e chapéu. Nos pés, sapatos fechados e
brilhantes e meias escuras. Era uma moda sóbria com cores claras para o verão e
mais escuras, no inverno. A qualidade dos tecidos determinava seu status e a
vida profissional.
ótimo texto
ResponderExcluir