Nos primeiros meses do ano de 1900 (século XX), tudo permanecia igual. Operetas e teatros de variedades atingiam o auge. O público que assistia a esses espetáculos queriam somente diversão.
Porém,
longe das terras europeias e mais longe ainda dos palcos, a música dos escravos
americanos começava a chamar a atenção dos brancos. Influenciados pelos blues e
regtimes surge o “jass”, como um novo ritmo e com belas letras. Estilo que contagiou a
cidade de Nova Orleans (Louisiana). Muitas bandas “jass” se formaram. Mas, só
conseguiam se apresentar na zona do meretrício.
Os
anos se passaram e, em 28 de julho
de 1914, foi declarada a Primeira Guerra Mundial. Em 1917, em
Nova Orleans, as casas de prostituição foram impedidas de funcionar e as bandas
ficaram sem trabalho. A mais importante delas, a Original Dixieland Jazz Band, foi para Nova York e de lá contagiou o país
inteiro com o novo ritmo.
Na
América e durante a Guerra, as mulheres passaram a trabalhar e a conviver mais
perto dos homens nas fábricas de armamentos e na tecelagem e confecção de
uniformes para os soldados. O trabalho era duro, mas foi uma grande conquista
feminina: a emancipação da mulher.
Do cuidado da casa e da família.....
Do cuidado da casa e da família.....
.... a operárias:
Após
o término da Guerra, em 11 de
novembro de 1918, as mulheres não mais aceitavam voltar à sua
antiga condição. E passaram a ser mais ousadas tanto no comportamento quanto na
maneira de se vestir.
As
mulheres passaram a usar vestidos mais curtos e com menos tecido em sua
confecção, a usar maquiagem (olhos marcados, boca pintada de vermelho e em
forma de coração, sobrancelhas tiradas e delineadas a lápis), enfeitava-se mais
(brincos e colares longos) realçando mais a pele branca, a beleza e sua
feminilidade. Passaram a fumar, a dirigir automóvel e a praticar esportes
aprendidos no tempo de guerra.
Em meio a tudo isto, surge na década de 20, uma nova dança surge no
cenário da época. Uma dança que, em homenagem à cidade de Charleston (Carolina
do Sul), foi chamada.
A princípio, somente era dançada pela população afro-americana. Era uma dança
expressiva, agitada, vigorosa e individual, onde os dançarinos movimentavam os
braços, as pernas e os pés para os lados e tinha o próprio “jass” como acompanhamento
musical. Dizem que foi inspirada no foxtrote, mas outros afirmam haver raízes africanas
primitivas no Charleston.
A partir de 1923, o pianista James Johnson colaborou para que o
Charleston ficasse conhecido pela população branca e de todas as classes
sociais do país todo.
Mas, o que mais popularizou o Charleston foi o jeito descompromissado de
dançar. Um jeito que deixava de lado as antigas regras sociais e o padrão da
chamada “boa educação” de antes da guerra. Dançar o Charleston era a certeza de
boa diversão e de sentir-se feliz.
A princípio, o Charleston era dançado em cabarés e clubes noturnos.
Depois, ganhou todos os espaços. O Charleston fez sucesso até que se tornou
global. Recebeu influências de todas as partes do mundo, se descaracterizou e
perdeu a beleza inicial. Então, desapareceu do cenário.