Retomando
o tema "MÚSICA", devemos lembrar que, no decorrer
dos séculos XII e XIII, os trovadores, poetas e músicos produziram grande
quantidade de canções. Podiam ser tocadas por dois ou mais instrumentos e
serviam para animar as festas e feiras, onde as danças também estavam presentes.
Os
instrumentos musicais eram bastante variados: a viela (primórdio do violino), o
alaúde, a flauta doce (de tamanhos variados), a gaita de fole, o trompete
medieval (reto) e os triângulos, sinos e tambores (como instrumentos de
percussão) eram os mais encontrados.
Os principais
compositores dessa época foram: Perotin
(séc. XII), Leonin (séc. XII), Guido d’Arezzo (995 – 1050), Philippe de Vitry
(1290 – 1361), Guillaume de Machaut (1300 – 1377), John Dunstable (1385 –
1453).
Precisamos lembrar também que, embora muitas dessas músicas tinham
letras, os cantores não seguiam o ritmo tocado. Já no canto gregoriano, todos
cantavam a mesma melodia (como se fossem um só) e não havia instrumentos
musicais. Portanto, um gênero homofônico.
Assista ao vídeo e conheça a música trovadoresca da Idade Média
Mas, a Igreja
começou a ficar incomodada pois o povo repetia os cantos gregorianos em todos
os lugares. O incômodo foi tão grande que a Igreja decidiu botar um ponto final
e fazer uma separação: os cantos litúrgicos deveriam ser cantados apenas nas
Igrejas e pelos padres e monges. O povo poderia cantar o que quisesse e onde
quisesse, mas não podiam cantar músicas litúrgicas.
CANÇÕES PARA O POVO
Por causa da
proibições da Igreja surge, no século XIII, um
gênero musical polifônico, ou seja, aquele em que há um texto distinto para
cada voz, ou seja, enquanto um canta uma coisa, o parceiro canta outra. Na idade Média, esse gênero musical ficou conhecido como MOTETO (também conhecido como: “motete”) ou “mot ” – como era usado na França e significava “palavra”.
Assista ao vídeo para conhecer um moteto medieval
Para a Igreja, todos
os cânticos e músicas populares eram consideradas “profanas”. Na França, na
Espanha e na Inglaterra, os motetos eram cantados na própria língua desses
países e não em latim, como acontecia nos cânticos litúrgicos.
Inúmeros “motetos”
foram compostos. E a medida que o tempo passava, iam ficando cada vez mais
sofisticados. Como música profana, o moteto teve seu ponto alto no século XVI.
Dele surgiu a música barroca e, mais tarde, serviu de inspiração e uso para
inúmeros compositores românticos.
CANÇÕES
PARA A IGREJA
Com
a separação entre cantos profanos e litúrgicos, a Igreja resolveu aceitar
outros cânticos litúrgicos que não eram gregorianos.
No
início, o sistema musical do canto gregoriano era semelhante ao sistema estabelecido
pelos gregos, ou seja, as frases continham 8 sílabas. Ao longo do tempo, este
sistema foi sofrendo modificações devido ás necessidades da letra ou para dar
mais sonoridade. Assim, uns ficavam com 8 sílabas e outros com número de
sílabas mais numerosas.
Os
cantos não gregorianos possuíam um sistema cujas frases pareciam fluir com mais
facilidade. Era um sistema decânone, ou seja, continha 10 sílabas. O
Canto Visigótico ou Canto Moçárabe que era praticado na Espanha antes da
invasão dos árabes e que foi conservado até 1071, é exemplo disso. Recuperado pelo
Cardeal Cisneros, no final do século XI, era praticado em pouquíssimas igrejas
de Toledo e, mais tarde, foi proibido pelo Papa Gregório VII. No
entanto, foi recuperado entre os anos de 1500 e 1502.
Conheça a música sacra gótica assistindo ao vídeo.
Por
isso, a Igreja resolveu organizar e regulamentar os cânticos religiosos. Para colocar
em prática esta nova organização levou tempo. Mas, o processo foi gradual e
intelectual.
Nessa
reformulação, a Igreja manteve a homofonia e o ritmo baseados no número de
sílabas e a ausência de instrumentos musicais, como nos cantos gregorianos de
1250, iniciado por Jerônimo de Moravia. Mas,
introduzia as notas musicais fazendo com que cada nota correspondesse a uma ou mais
sílabas.
Este sistema foi sofrendo pequenas modificações durante alguns séculos, até
que surgisse o “Motu Próprio” do Papa Pio X, que reviu e” acumuladas reconsiderou
as alterações do canto gregoriano e o livrou das “impurezas.
Fontes:
GROUT, D. J.; PALISCA, C. V. História da Música
Ocidental. Lisboa: Gradiva, 1994..
vídeos Youtube
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