Voltemos
no tempo. Um tempo muito distante que nos leva aos primórdios da humanidade. Num
tempo em que os homens acreditavam em muitos deuses e que eles viviam entre os
mortais.
Nossa história começa no Oriente. Mais precisamente, no Egito. Segundo documentos históricos, nesse país se festejava a fertilidade da primavera, quando se agradecia a Osíris, deus do vinho no antigo Egito. A Festa de Osíris, como assim era chamada na época, acontecia quando as águas do Rio Nilo recuavam deixando à mostra grande extensão de terras férteis.
Oferenda a Osíris Detalhe da festividade
Mais
ou menos na mesma época, na Grécia, outra festa semelhante acontecia. O homenageado
era Dionísio, filho de Zeus (deus dos raios e trovões) com a princesa Sêmele (humana
e mortal). Por causa da origem humana e mortal, Dionísio fica impedido de
conviver com outros deuses no Olimpo.
Durante
a adolescência, Dionísio aprendeu os segredos da agricultura da vinha. Aprendeu
sobre o plantio, as podas, os cuidados com as uvas e o fabrico do vinho. Por
isso, foi considerado o “deus do vinho”. E, apesar da idade, torna-se um
notório consumidor de vinho.
Dionísio e as bacantes
Dionísio
gostava de festas, perseguições amorosas e de atividades ritualistas. Vivia cercado
por mulheres humanas (as bacantes), que embriagadas pelo vinho lhes satisfaziam
todos os desejos. Enquanto isso, sátiros, centauros, elfos e ninfas que tocavam
flautas e dançavam para animar as orgias.
De
tempos em tempos, Dionísio e seus seguidores desciam as montanhas e iam para o
centro do povoado em uma bela carruagem enfeitada com flores e uvas. Durante o
passeio, mexiam com as pessoas e ofereciam-lhes vinho. Algumas pessoas seguiam
o cortejo. Com o passar do tempo, esse passeio se tornou tradição.
Séculos
depois, com o crescimento do Império Romano veio o desejo de expandir o
território. Durante essa expansão, os romanos entraram em contato com as tradições
gregas e levaram consigo algumas delas. Entre essas tradições, a homenagem a Dionísio.
Invasão romana
Os
romanos modificaram um pouco essa festa. Elegeram Baco ou Saturno, como o novo
homenageado. As bacantes foram substituídas pelas saturnais, sacerdotisas do
templo de Baco. Nessa festa havia grande liberdade de costumes (prazeres
carnais), muita comida e bebida. Por causa disso, a festa ficou conhecida como
Carnevale e passaram a ter a duração de três dias.
Baco Cortejo romano
Na
idade Média, com a ascensão do cristianismo e do grande poder que a Igreja
passou a assumir, os prazeres carnais foram abolidos. Com isto, a tradição
perdeu força. Mas, enquanto em Roma a festa perdia força, a de Veneza ganhava
expressão.
Veneza,
nessa época, era uma pequena república, mas que tinha grande importância e
poder para a região. Possuía um poderoso centro mercantil e servia de caminho
obrigatório para a Itália e rotas para a China e outras regiões do Oriente
Próximo. Daí ter um centro de característica multicultural.
O Caminho das Máscaras
Os festejos do Carnaval em Veneza tinham um
toque diferente. Os foliões, usando máscaras, passaram a brincar nas ruas em
forma de cortejo, elogiando ou criticando os governantes ou a Igreja. Esse
cortejo (conhecido como “Liston dele Maschere” ou caminho das máscaras) era acompanhado
por mágicos, acrobatas, saltimbancos, mercadores e charlatães e nobres com suas
roupas de seda e muitas jóias. Os foliões compravam dos mercadores os famosos “mattaccinos”
ou “ovos perfumados” para atirarem uns nos outros ou pelas janelas das casas de
alguma moça casadoura.
músicos vestimentas máscaras
Á
medida que o tempo foi passando, o Carnaval de Veneza foi enriquecendo em
termos de música, de vestuário (cada vez mais rico e exótico), das belíssimas máscaras
confeccionadas em sedas. Enfim, os festejos passaram a fazer parte da cultura
local e impressionou o mundo por muitos séculos. Algumas figuras desses
festejos ficaram imortalizadas, como o Arlequim, a Colombina, o Pierrot e o
Polichinelo.
Arlequim, colombina e Pierrot Polichinello
Outros
países passaram a festejar também o Carnaval. Mas, cada um com seu próprio
jeito e pouca expressão.
Fonte
Resumo (bem resumido) de um trabalho de pesquisa
realizado em fevereiro de 2002, com acesso pela Internet aos arquivos do Centro de Pesquisas das Escolas de Samba do Rio de Janeiro, para o curso de Arte-Terapia.
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