terça-feira, 20 de outubro de 2015

AS TRADICIONAIS IKEBANAS

IKEBANA é uma arte floral e tradicional dos povos budistas, que ornamentavam seus templos com rara beleza. Essa arte começou na Índia, migrou para a China e, posteriormente, para o Japão e daí para a Europa. Mas a intenção já não era a de só ornamentar, mas de trazer beleza e alegria aos ambientes.


A arte floral ocidental e a arte floral asiática diferem em alguns princípios básicos. No Ocidente utilizam-se muitas flores e algumas folhagens mantendo-se dois princípios básicos: a beleza estética e a harmonia. Portanto, é uma arte que valoriza a abundância. Já na IKEBANA valorizam-se os espaços vazios e a tridimensionalidade, sem a preocupação com a simetria. É uma arte mais simples e mais econômica porque se usa poucas flores.

Qualquer pessoa e em qualquer idade pode criar uma Ikebana desde que que tenha vontade e se dedique um pouco. No entanto, é preciso alguns conhecimentos básicos como: cortar os galhos dentro d’água, usar plantas de verdade, organizar o ambiente e mantê-lo sempre asseado.


PRINCÍPIOS FUNDAMENTAIS

Em toda IKEBANA, três elementos devem estar presentes: o céu (representado por galhos, flores ou folhas mais altas) que indica o respeito pelo espírito; o homem (representado por flores e folhas numa altura mediana) e indica o respeito pela humanidade e a terra (representado por flores num plano mais baixo) indicando o respeito pela natureza.

COMO FAZER UMA IKEBANA

Materiais necessários: um vaso, galhos secos, as flores e folhagens da estação, água e uma peça com pontas (chamada HANADOME), encontradas em qualquer floricultura ou em lojas de produtos orientais. Para galhos ramos e flores não há restrições quanto a cor, forma ou tamanho.
A escolha do vaso e das flores é importante para que a harmonia seja perfeita. Vasos bonitos, de formatos diferentes, altos ou baixos, pequenos ou grandes são os mais indicados dependendo do lugar onde será colocado. Podem ser de vidro, mármore, bambu ou de cerâmica. Se os vasos forem pequenos as flores devem ter tamanho proporcional a eles.

Montagem:
Observe os ramos (galhos secos e com folhas). Separe um que será o principal (mais alto ou mais bonito) e dois ou três complementares. Observe se é reto ou se ele se curva para um lado. Fixe-o no hanadome e criar profundidade e volume para estabelecer o equilíbrio. Não esqueça de deixar espaços vazios.
hanadome

Coloque as flores (1, 2 ou 3) com alturas diferentes, para manter o equilíbrio e a harmonia do conjunto. Lembre-se que a beleza desta arte está na assimetria e nas diferenças entre os ângulos.

ESTILOS DE IKEBANA

Esta arte apresenta estilos diversificados. Mas lembrando sempre de que “pouco já é muito”.

KADÔ-DAI-SHIZEN - Este estilo significa “caminho da flor da grande natureza”. Para fazer esta Ikebana imagina-se um triângulo escaleno para evidenciar o tridimensional

MORIBANA - É um estilo de vaso japonês mais baixo e mais clássico. Nele as flores e galhos ficam presos ao hanadome, deixando-os firmes no lugar.

NAGUEIRE - Usa-se vasos altos e que não precisam do hanadome.

JIYUKA – é um estilo mais livre, onde cada pessoa pode colocar toda sua sensibilidade artística. Pode ainda incluir elementos novos como esculturas de ferro, pinturas ou vasos ocidentais.

SANGUETSU – é a mais conhecida no Brasil e significa “montanha da lua”. Nela predomina a intenção de quem os cria, podendo despertar e transmitir sua beleza interior. Transmite luz e alegria e purificar os ambientes.

Vejam alguns modelos.







Lindos, não é mesmo?             

Fonte - da Revista Regional nº105, da Fundação Mokiti Okada



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