O
público que assistiu aos primeiros filmes exibidos tinha formação, profissões e
de classes sociais variadas. A princípio foram motivados pela novidade e pela
curiosidade.
Mas,
qual era a novidade em ver pessoas saírem de uma fábrica ou a chegada de um
trem numa estação. Afinal, quase todos já haviam visto essas coisas na
realidade. Mas, ao assistirem os filmes ficaram empolgados e espantados.
Primeiro, pelo movimento das imagens. Depois, por observarem outros detalhes que
passavam despercebidos na realidade. Quando assistiram ao filme do trem, a
sensação de que ele iria sair da tela e despencar sobre o público provocou susto.
Mas, um susto que trouxe mais prazer que medo.
Os
comentários corriam á solta. Os comentários eram sempre elogiosos. Haviam
críticas também. Esses comentários partiam das classes mais abastadas e afirmavam
que os filmes eram próprios para as classes menos favorecidas.
Romancistas,
poetas, dramaturgos, diretores, roteiristas, proprietários e técnicos de
companhias produtoras de filmes, jornalistas, psicanalistas, engenheiros e
estudantes viam as exibições com outros olhos. Viam-nas como um novo campo de trabalho
que se abria em diversas áreas. Um campo de negócios e de grandes fortunas. Mas
era preciso pensar e repensar tudo para melhorar e fazer tudo acontecer. E não
demorou muito.
Ainda
em 1896, o ilusionista francês Georges Méliès, produz um filme usando efeitos
especiais. Intitulado de “Le Voyage dans le Lune” (Viagem à Lua) foi o primeiro
a usar como tema as viagens espaciais e a presença de alienígenas. Era um curta
metragem de 14 minutos. Em 1902, Méliès colore a mão o filme inteiro e exibe. é considerado o primeiro filme de ficção científica da história cinematográfica.
Assistam o filme na íntegra.
Em
1903, Edwin S. Porter (norte americano) usa pela primeira vez a edição de
imagens. Seu filme “Life of American Fireman” ou (Vida de um Bombeiro
Americano), mostra um bombeiro resgatando uma mulher das chamas. Nesse filme
ele mostra simultaneamente a visão da mulher sendo resgatada e a visão do
bombeiro resgatando-a.
Filme na íntegra. Assistam...
Ainda
em 1903, Porter produz um outro filme: “The Great Train Robbery”. Nesse filme
ele mostra a cena de vários lugares. O trem é roubado e os bandidos se dão bem.
Embora este filme tenha sido seu maior legado para a história do cinema, também
foi muito criticado e impedida sua exibição pelas autoridades locais. Por isso,
Porter precisou modificar o final por razões morais e éticas, obtendo um cunho
mais educativo e mostrando que um crime não pode sair ileso.
Filme na íntegra, na versão modificada por Porter.
Em
1906, o jornalista e romancista italiano Lorenzo Ferri passa um dia inteiro nos
bastidores da fábrica de filmes e escreve e publica um livro contando suas
impressões. Para ele, cinema e teatro eram coisas diferenciadas. Afirma ainda
que realidade e fantasias eram coisas incompatíveis.
Ainda
em 1906, os filmes passaram a ficar mais longos. Na Austrália, o filme “The
Story of the Kelly Gang” tinha 70 minutos de duração, sendo considerado o
primeiro longa-metragem da história cinematográfica. A partir de então, cada
produtor tentava fazer um filme mais longo que o outro.
Na
França e em 1907, os irmãos Lafitte resolveram criar os primeiros filmes de
arte. A intenção era popularizar o cinema entre as classes mais abastadas.
Em
1912, na França, é produzido o filme “Queen Elizabeth”. Na Itália, os filmes “Quo
Vadis?” (1913) e “Cambiria” (1914) todos com mais de 2 horas de duração.
Veja um trecho do filme "Queen Elizabeth", com Sarah Bernhard
Trecho do filme "Quo Vadis"
O
filme mais longo da história do cinema e exibido de uma só vez tinha 8 horas de
duração. Apresentado e narrado pelo americano Charles Taze Russell, em 1914, o
filme “Photo-drama of Creation” contava a história da criação do mundo e uma
visão futurista com acontecimentos que ocorreriam 1000 anos a frente. Claro que
esses acontecimentos futuristas se baseavam nas crenças do autor. A importância
do trabalho de Russell para o cinema foi a sincronização do som com as imagens.
Até
então, a França e a Itália eram os mais conhecidos, os mais poderosos
produtores de filmes. Mas, veio a I Guerra Mundial e os bombardeios destruíram
tudo. Esta
é também a época em que os Estados Unidos começam a obter destaque no ramo
cinematográfico. É quando passam a importar e a produzir diversos filmes.
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